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Dengue: região teve 59 mortes e 47,6 mil casos da doença em 2024

6 de janeiro de 2025

PELA PRIMEIRA VEZ, MAIS DA METADE DOS 27 MUNICÍPIOS DA REGIÃO REGISTRARAM ÓBITOS EM DECORRÊNCIA DA DOENÇA NO PERÍODO DE UM ANO / Foto: Reprodução

PASSOS – A dengue matou 59 pessoas na região em 2024, o que corresponde a mais da metade dos 115 óbitos em decorrência da doença registrados desde 2009.

O número de casos entre a primeira semana do ano e o dia 30 de dezembro (47.663) também é recorde e representa 42,7% dos 111.507 confirmados entre 2009 e o ano passado.

Em 2024, pela primeira vez, mais da metade dos 27 municípios da região tiveram mortes por dengue. Segundo dados do painel de monitoramento de Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde (SES), os óbitos ocorreram em 16 cidades. Em 2023, as 38 mortes confirmadas foram em oito municípios. Os dois últimos anos foram os mais letais da doença na região e concentram 84,35% dos óbitos desde 2009.

Até 2022, a região nunca havia registrado mais de dez mortes por ano em decorrência da dengue. Na série histórica do painel de monitoramento da SES, que compreende dados dos últimos 16 anos, foram 18 óbitos entre 2009 e 2022. Nesse período, os registros apontam oito mortes em 2014, quatro em 2022, duas em 2019, uma em 2009, uma em 2013 e uma em 2018.

Seis cidades concentraram 41 dos 59 óbitos em decorrência da doença na região em 2024. Passos, com dez casos, é a que teve mais, seguida por Cássia (nove), São Sebastião do Paraíso (sete), Piumhi (seis), Carmo do Rio Claro (cinco), e Pimenta (quatro). Além dos óbitos confirmados, a SES também aponta nove mortes em investigação na região em 2024.

Incidência

No ano passado também foi a primeira vez que os 27 municípios da região aparecem com taxa de incidência de casos prováveis consideradas muito altas, sendo 11 cidades com índices acima de 10 mil por 100 mil habitantes e nenhuma abaixo de 1.000.

Pimenta chegou à taxa de 22.667,29 para cada 100 mil habitantes. Cássia registrou 18.105,51 e Passos, 15.952,44. O índice médio na região ficou em 9.455,24, acima do registrado em Minas (8.252,8) e quase três vezes maior que o do país (3.193,5).

Em 2023, até então o ano mais letal da dengue na região, os municípios de Ibiraci e Monte Santo de Minas tiveram taxas consideradas altas e Nova Resende teve índice de incidência médio.

Minas

Minas teve 1.124 mortes por dengue confirmadas em 2024 e 358 óbitos em investigação. Segundo a SES, foram 1.695.098 casos prováveis da doença, sendo 1.374.633 deles confirmados até o dia 30 de dezembro. Desde 2009, Minas já teve seis Epidemias de Dengue, em 2010, 2013, 2016, 2019, 2023 e 2024.

País

Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que o Brasil registrou, ao longo de 2024, um total de 6.484.890 casos prováveis de dengue e 5.972 mortes provocadas pela doença. Há ainda 908 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da dengue, até o dia 28 de dezembro, era de 3.193,5 casos para cada 100 mil habitantes.

A maioria dos casos prováveis de dengue (55%) em 2024 foi identificada entre mulheres. No recorte raça/cor, 42% dos casos prováveis foram registrados entre brancos; 34,4% entre pardos; 5,1% entre pretos; 0,9% entre amarelos; e 0,2% entre indígenas, sendo que, em 17,3% dos casos, a informação não foi registrada. A faixa etária dos 20 aos 29 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis, seguida pela de 30 a 39 anos e pela de 40 a 49 anos.

No ranking dos estados, São Paulo aparece com o maior número de casos prováveis (2.182.875). Em seguida estão Minas Gerais (1.695.024) e Paraná (656.286). Na lista de estados com maior coeficiente de incidência, o Distrito Federal (DF) figura em primeiro lugar, com 9.907,5 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.252,8 casos) e Paraná (5.735,2 casos.