Os perigos do autodiagnóstico
Quem nunca pesquisou as possíveis causas de algum sintoma na internet, que atire a primeira pedra. Afinal, a facilidade de acesso à informação traz hoje, como uma das principais consequências, a possibilidade de conhecer tratamentos, seus efeitos e suas prescrições. Isso é o que mostra os resultados de uma pesquisa Proteste sobre automedicação: 79% dos entrevistados buscam informações on-line sobre os seus sintomas, antes de se consultar com um médico.
Automedicamento
E ainda: de todos os brasileiros respondentes que se automedicam, 68% usam como principal fonte a Internet. Contudo, tenha em mente que a automedicação está longe de ser uma prática completamente segura, já que o remédio pode acabar virando veneno. Portanto, mesmo que a sua vida ande corrida e até falte tempo para agendar uma consulta ou enfrentar filas na emergência, saiba que a medida traz graves riscos.
Muita gente não lê a bula
No estudo, perguntou-se aos entrevistados sobre com que frequência leem as informações incluídas na bula antes de iniciar um novo medicamento, 41% das pessoas responderam que não fazem isso. E 23% nunca verificam as interações entre os tratamentos antes de começar a tomar um novo remédio prescrito.
Medicamentos
No entanto, a pesquisa mostra que o brasileiro adora um medicamento. Para se ter uma ideia, 91% dos respondentes ingerem pelo menos um tipo de medicamento por mês e, entre eles, 86% não possuem doenças crônicas. E a situação se agrava à medida que essas pessoas consomem, em média, mais de dois tipos diferentes de fármacos por mês, o que representa uma despesa média mensal de R$ 97. Vale ressaltar, porém, que a ênfase atual no bem-estar e na prevenção de doenças, como também o aumento do acesso a informações, vêm possibilitando que os consumidores assumam um papel mais ativo na sua saúde. Dessa maneira, diversos benefícios têm sido associados à automedicação responsável, como maior alcance a tratamentos e melhor aproveitamento de consultas com médicos e farmacêuticos.
Responsabilidade
Nos últimos anos, essa conduta responsável tem sido identificada como um elemento importante na política de saúde a longo prazo e até encorajada pela Organização Mundial da Saúde. Porém, em relação às práticas de automedicação, é essencial fazer uma distinção entre os tratamentos. As substâncias mais automedicadas são, justamente, as vendidas sem receita médica, que devem ser usadas, de forma responsável, para tratar problemas de saúde comuns em casa. Não é à toa que nosso estudo mostrou que a farmacinha doméstica do brasileiro é composta, principalmente, por analgésicos e antitérmicos .