Ícone do site Folhadamanha

Decoração maximalista destaca personalidades

Mistura de estampas, texturas, abundância de cores e embaralhamento de estilos são algumas das características que marcam a decoração maximalista. Na contramão do movimento minimalista, que se tornou popular por defender a ideia de que menos é mais, o maximalismo prega que quanto mais criatividade e detalhes marcantes na residência, mais ela tem a alma do morador.

O maximalismo é um conceito estético que se apoia na concepção de criar ambientes que reúnem uma variedade de cores, texturas e padrões. “É um estilo que contrapõe o minimalismo e dá mais liberdade para as pessoas, para que elas possam realizar suas vontades, inovar com suas estampas e adotar tonalidades sem preocupação”, afirma a designer de interiores Karla Amadori.

Criadora de um canal no Youtube com quase 2 milhões de inscritos, a jovem conta que a decoração é uma possibilidade para quem não gosta de deixar espaços vazios em casa. “É recomendável para quem tem bastante criatividade e não gosta de seguir regras. Aquilo que pregam de ‘só pode ter tantos quadros na parede’, aqui não faz sentido.”

Decoração com personalidade

O maior diferencial da decoração maximalista são as possibilidades que ela oferece ao morador para deixar o imóvel com a sua cara. “Tem bem mais personalidade que o minimalismo, por que você consegue trazer mais de si mesmo”, defende a arquiteta Carina Korman, do escritório Korman Arquitetos.

“Atendo clientes que adoram muitos objetos. Não dá para fazer uma decoração minimalista para quem tem muitas louças, utensílios, quadros e móveis”, exemplifica. E é legal ornar esses vários itens. Misturar peças antigas com modernas, brincar com a sobreposição de tapetes, por exemplo. Tudo depende bastante das demandas que a pessoa vai trazer.”

Carina explica que o movimento é visto não apenas na decoração, mas também na arquitetura. “Elementos que compõem um cenário mais barroco, além de molduras, portas e janelas com desenhos diferentes, revestimentos de pedra ou madeira e outros adereços ajudam a compor essa estética”, enumera.

História

Apesar de ter um ar de inovação, a decoração maximalista não é um movimento estético recente. Em entrevista ao site The Spruce, a vice-presidente de estilo da empresa de design de interiores Modsy, Alessandra Wood, afirma que pessoas ricas ao longo da história já praticavam o maximalismo como forma de mostrar suas riquezas.

“Expor itens que demonstravam riqueza era algo popular e iam de espécimes de animais pendurados na parede a diversas obras de arte e itens raros”, relata. “Cada centímetro das casas vitorianas era coberto com elementos decorativos, do papel de parede a acessórios e cortinas. Os elementos maximalistas eram uma tentativa de mostrar seus eus privados aos visitantes.”

A popularidade recente do maximalismo, porém, estaria ligada a um novo momento econômico da sociedade, depois do processo de recessão visto em 2008. O acúmulo de riqueza possibilitou que mais pessoas pudessem novamente possuir mais objetos, expor interesses e povoar a casa com símbolos das conquistas.

Como fazer

Prefira usar as cores primárias e subtons. Para que a bagunça não tome conta do ambiente, a recomendação da arquiteta Carina Korman é optar pelo uso das cores primárias na composição. “Tente trazer tons que combinem entre si, como o roxo com o laranja. As estampas até podem ter desenhos diferentes, mas precisam ser parecidos”, aconselha.

Misture estampas, cores e texturas. A extravagância é uma arma deste tipo de decoração. Retratos, esculturas, quadros e flores estão aptos a se misturarem no cenário e construir um ambiente que reflita a personalidade e característica dos moradores. “Algumas pessoas até fazem isso sem saber que estão, de fato, decorando nesse estilo”, brinca a designer de interiores Karla Amadori.

Tenha seu próprio estilo – A proposta do maximalismo é a liberdade. O mais importante é que você se sinta confortável e satisfeito com o ambiente que criou.

Mantenha a ordenação – Apesar da liberdade, as profissionais alertam para a importância de manter o ambiente organizado, mesmo com essa mescla de elementos e sobreposição de informações. “O maximalismo não é um ambiente cheio de coisas jogadas. É um ambiente decorado com muitas coisas, mas ele é, sim, decorado”, avisa Amadori. “O uso das peças em lugares corretos e da maneira certa contribuem para isso.”

Sair da versão mobile