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Dakota Johnson é a Madame Teia

Cassandra Webb é uma paramédica que após um acidente começa a ter estanhas visões do passado e do futuro./ Foto: Reprodução.

É muito surpreendente – para não dizer triste – quando a melhor coisa que um longa tem a oferecer é a nova vinheta celebrando 100 anos do estúdio que o produziu, que aparece no começo do filme. Esse é o caso de Madame Teia, uma aventura do universo Homem-Aranha que nunca consegue se encontrar. O filme teve sua pré-estreia ontem no Cine Roxy, em Passos

Dakota Johnson cria em Cass Webb uma personagem ainda mais sorumbática do que Anastasia Steele, de 50 Tons de Cinza. A paramédica é um conjunto de inabilidades sociais ambulantes cujo único amigo é Ben (Adam Scott). Gasta-se um certo tempo no filme para apresentar a personagem, cuja mãe morreu grávida na primeira cena enquanto buscava uma espécie rara de aranha na Amazônia Peruana.

Dirigido pela estreante no cinema S.J. Clarkson, Madame Teia é um filme sem muito a oferecer em termos de narrativa, pois a questão central é Cass proteger três adolescentes que são perseguidas por um vilão com poderes de aranha, Ezekiel Sims, interpretado pelo francês Tahar Rahim, obcecado por uma premonição de que daqui alguns anos essas meninas vão matá-lo, por isso ele já quer livrar-se delas agora.

Cass, depois de sofrer um acidente de trabalho, tem uma parada cardíaca e volta à vida também dotada com o dom da premonição, que lhe permite mudar o futuro, e do déjà vu. Sem entender ou controlar suas habilidades, ela passa boa parte do tempo tentando entender o que está acontecendo. E o público também. Não que seja um filme complexo ou hermético, é só confuso mesmo.

Julia (Sydney Sweeney), Anya (Isabela Merced) e Mattie (Celeste O’Connor) são todas, de alguma forma, mulheres-aranha, que não se conheciam até serem salvas por Cass, quando Ezekiel Sims tenta matá-las. O enredo não se dá muito trabalho de explicar quem é quem na teia da aranha – talvez deixando isso para possíveis prequels. Apenas sabemos que estarão juntas no futuro, quando irão (ou iriam?) matar o vilão.

Para entender seus novos poderes, Cass viajará para a Amazônia Peruana, onde encontra os Arañas, moradores da floresta que realizaram o parto de sua mãe, e salvaram a vida da recém-nascida. Fica faltando explicar como, ainda bebê, a personagem voltou para os EUA, onde viveu em lares adotivos, como ela mesma relata às novas amigas.

Madame Teia parece aspirar ser a abertura de uma nova franquia ligada ao Homem-Aranha (tem um momento de conexão dos personagens no filme). Mas tudo é tão mal resolvido, tão sem graça que parece improvável que siga em frente. O mais surpreendente mesmo é como Cass, com seu dom da premonição, não previu o desastre que seu filme seria e não fez alguma coisa.

MADAME TEIA. (Madame Web). EUA, 2024. Gênero: Ação. Classificação: 14 anos. Direção: S.J. Clarkson. Elenco: Dakota Johnson, Sydney Sweeney, Isabela Merced, Celeste O’Connor, Tahar Rahim. Cine Roxy em Passos, 18h30.

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