Destaques Política

Copasa prevê 8 meses para resolver desabastecimento em bairros de Paraíso

12 de dezembro de 2024

Mesmo com obras de expansão Copasa não consegue suprir necessidades, população sobre com desabastecimento de água / Foto: Divulgação

Roberto Nogueira

S. S. PARAÍSO – Moradores dos bairros Belvedere, Vila Formosa, Real Grandeza, Jardim Ouro Verde e adjacências, que reclamam de desabastecimento de água, principalmente em fins de semana, vão ter que conviver com o problema por pelo menos mais oito meses. Este foi o prazo que técnicos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) anunciaram para solucionar o problema que há meses está sendo registrado em São Sebastião do Paraíso. O anúncio foi feito durante a sessão ordinária da Câmara, quando os vereadores voltaram a criticar a empresa e cobrar soluções para a questão que tem gerado reclamações da comunidade.

O vereador Marcos Antônio Vitorino foi o autor do requerimento que solicitava a presença da direção da Copasa na Câmara para prestar esclarecimentos sobre a situação do abastecimento de água na cidade. O parlamentar disse ter recebido abaixo-assinado e reclamações em seu gabinete de moradores reclamando da situação. No entanto, o gerente distrital da empresa não compareceu, sendo justificado outros compromissos e ele foi representado pelos engenheiros de sistema local Peterson Ribeiro Marques e Samuel de Assis Moreira, juntamente com o engenheiro de produção e operação em Paraíso, Welington Luiz Vilela estiveram na sessão.

Conforme os funcionários, o crescimento da cidade e o aumento da demanda estão entre os motivos para a falta de água. A Copasa anunciou que pretende implantar um novo reservatório, nas proximidades do Ouro Verde Tênis Clube, que atenderá principalmente o bairro Belvedere e região. A empresa tenta uma seção de uso de uma área pertencente ao município onde existe uma rotatória na avenida Wenceslau Braz para a nova instalação. Se não conseguir o tempo de espera poderá ser maior, pois, dependeria de encontrar e adquirir outra área.

Segundo Wellington, uma alternativa seria a utilização de uma linha direta para abastecer o Belvedere. A Copasa construiu um poço artesiano em que a água produzida e devidamente tratada poderia ser usada de forma paliativa. A empresa já tentou a ampliação, sem sucesso, do volume do reservatório no alto do Jardim Coolapa. A ocorrência de outros problemas técnicos como o ocorrido no controlador de nível, também contribui para o desabastecimento por vários dias, até que soluções sejam encontradas.

Marcos Vitorino disse que os funcionários não têm culpa do que ocorre. “Gostaria de elogiar a empresa, mas o que tem ocorrido nos últimos anos, só aguça o sentimento contrário”, comenta. Marcos insistiu na defesa dos moradores. “Recebemos reclamações por quatro finais de semana consecutivos. A falta d’água atinge diretamente a dignidade das pessoas e não podemos tolerar que isso continue acontecendo, especialmente agora, no final do ano, quando a demanda tende a aumentar”, disse.

O engenheiro explicou que o problema deriva da alta demanda e na insuficiência de infraestrutura em algumas regiões da cidade. “Trabalhamos na identificação dos pontos críticos e na implementação de caixas d’água rotatórias para melhorar o armazenamento. O objetivo é minimizar estes impactos o mais rápido possível”.

Pela ordem, José Luiz das Graças cobrou a Copasa em relação a ausência de um plano de ação claro para resolver o problema. “A população precisa de respostas concretas e de prazos para que possa confiar novamente no serviço prestado”, questiona o presidente. O vereador Lisandro José Monteiro insistiu em cobrar mais transparência. “Os moradores não podem ser surpreendidos com a falta de água. É necessário um monitoramento mais eficiente e comunicação direta com a comunidade”, reclama.

Já o vereador Luiz de Paula enfatizou a necessidade urgente de medidas efetivas. “A cidade cresce e os serviços precisam acompanhar esse ritmo. Precisamos de ações que atendam tanto o presente quanto o futuro”, protestou. Para o também vereador Antônio César Picirilo é necessário melhorar a infraestrutura. “Precisamos avaliar se a capacidade atual da rede é suficiente para atender à demanda dos bairros mais afastados, como o Belvedere, especialmente em períodos de alta utilização”.

O presidente da Câmara solicitou urgência no contato entre a empresa e a Prefeitura sobre a viabilidade de usar a rotatória pleiteada pela Copasa. Caso a medida não seja aceita pelo município, José Luiz alerta sobre a necessidade de busca urgente de outras alternativas. Pelo menos quatro ofícios em nome dos vereadores foram protocolados ao final do debate, confirmando as demandas e a necessidade de rápidas soluções para que a população não fique refém do desabastecimento de água.