Leonardo Natalino

PASSOS – O consumo de tabaco no Brasil caiu 35%, segundo dados de relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado na última semana. O país aparece com uma dos maiores índices, segundo o órgão. Em Passos, comerciantes afirmam que o consumo de cigarros, principalmente de palha, ainda é alto.

De acordo com a OMS, em 2000, um a cada três adultos eram fumantes. Em comparação, com o último relatório, que aponta números de 2022, houve queda de um a cada cinco adultos. Ainda segundo a pesquisa, a redução no Brasil teve início a partir da implementação de medidas de controle de tabaco.

Embora tenha sido registrado uma diminuição nos índices de tabagismo no mundo, o relatório afirma que cerca de 1,25 bilhão de pessoas são fumantes. O Sudeste Asiático e a Europa apresentam o maior número de tabagistas, com 26,5% e 25,3% da população, respectivamente.

Questionado sobre o consumo do tabaco, Roberto Andrade, atendente de uma conveniência em Passos, afirmou que a venda de cigarros, principalmente de palha, ainda é alta. “Quase toda hora tem alguém comprando. O cigarro de maço, de papel, realmente não é tão vendido como antes, mas o solto, o palheiro, vende toda hora”, disse.

Edmo Denubila, de 63 anos, é fumante há 53 anos. Ele disse que já tentou parar, frequentou clínica, fez tratamento, mas não conseguiu largar o cigarro. “Chegou no ponto de eu tomar o remédio e fumar junto. Desisti. Já estou com 63 e nunca tive nenhum problema de saúde causado pelo cigarro”, afirma.

“Ninguém na minha família fumava. E hoje em dia, lá em casa, só eu fumo também. Antigamente, as casas tinham cercas onde plantavam chuchu. Eu pegava o talinho e fingia que fumava. Meus amigos fumavam e eu fui na onda deles. Comecei com 10 anos, com cigarro de menta”, afirma Edmo.

Taís Cardoso, que trabalha em uma tabacaria, também afirma que a venda de cigarro de palha é maior, principalmente a unidade, em comparação ao cigarro de papel, que também é comercializado solto em alguns tipos, como o de cravo. O fumo de corda é pouco vendido.

Ainda que o consumo de cigarros eletrônicos seja grande entre os jovens – segundo o IBGE, 18% dos alunos de escolas particulares já experimentaram o vape – o palheiro é presente entre alguns jovens de Passos, como Bruno Fernando, de 21 anos. Ele diz que começou a fumar o cigarro de palha aos 17 anos, junto de amigos em festas. “Antes era só com os amigos. Na festinha, na reuniãozinha. Hoje é direto. Comprava solto, dois por noite. Hoje compro a carteira de uma vez”, disse o rapaz.