Yngrid Horrana

PASSOS – Integrantes do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (Cesmg) estiveram em Passos entre os dias 23 e 24 para participar do “Expoente da Saúde”, evento realizado pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), na noite da última quarta-feira, 24, na Câmara.

O Cesmg atua com foco no controle social, atende demandas dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), confere a aplicação das políticas públicas na saúde e se estão sendo executadas com qualidade.

De acordo com a psicóloga e presidente do Cesmg, Lourdes Machado, o evento prestou homenagens a diversos gestores da atenção primária e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Também contou com discussões sobre a atuação da saúde pública e debates reunindo cerca de 300 pessoas: “Foi um evento muito bom, que mostrou o quanto o Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo valorizado pela população, pelo Executivo e pelo Legislativo”, disse.

Lourdes também afirma que 50% do conselho é formado por usuários do SUS e 25% por representantes de trabalhadores da área da saúde e 25% para gestores e prestadores, que têm como objetivo estabelecer um diálogo entre a sociedade civil e o poder público. O CES é constituído a partir da participação popular na elaboração, construção e no acompanhamento das políticas públicas de saúde. Esse percentual é mantido nos demais conselhos municipais e estaduais.

Lourdes destaca que o maior desafio enfrentado pelo conselho está relacionado a filas de espera e com a qualidade da atenção primária: “Hoje, se for pensar na atenção especializada, como em transplantes, tratamento oncológico, pesquisas sobre infecções sexualmente transmissíveis (ITSs) e Aids, é um dos mais avançados. Mas quando a gente vai para a atenção primária, que onde de fato a pessoa mora, se esse acesso fosse melhor, evitaria condições crônicas”, disse.

“Se você consegue, na atenção primária, a conscientização e a redução de danos à pessoa tabagista, fazendo com que diminua o uso do cigarro, ele vai deixar de ter um problema de pulmão mais sério, como o câncer de pulmão. Com isso, você vai diminuir o agravo dessas questões na saúde. Então, hoje o desafio é implementar a atenção primária tentar e resolver a questão das cirurgias eletivas que ficaram paralisadas na época da pandemia”, disse.

Ainda na manhã de quinta-feira, 24, houve uma reunião com o CES, CMS e com a Mesa Diretora, onde foi colocada em pauta a interferência da atenção básica na vida da população em geral. Conforme o vice-presidente do CMS, Ricardo Soares Andrade, o projeto “Conselho na Praça” foi uma das principais discussões.

“A ideia é ir para a praça de um bairro e explicar o que é o conselho, desmistificar e aproximar. Conseguir instituições para poder participar efetivamente dentro do CMS também. A gente precisa saber o que a população está demandando, o que está precisando. A gente precisa ouvir mais os cidadãos e entender o ‘chão de fábrica’ da população para que a gente possa converter nossas ações em melhores resultados para todos”, coloca.

“A presença do conselho foi fundamental para poder consolidar a parceria e a estratégia de atuação junto da Secretaria Municipal de Saúde e da Prefeitura de Passos para promover um melhor desempenho para a população. Tratamos de assuntos como: modus operandi, para poder conseguir fazer com que a população participe mais, pois no dia a dia, a população está concentrada no serviço e a gente irá buscar se aproximar de maneira mais efetiva da população”, afirmou Ricardo Andrade.

Andrade ainda informou sobre a ocorrência de conflitos entre o CMS e a gestão municipal: “Isso foi resolvido com diplomacia. Nós fizemos uma reunião junto do prefeito Diego Oliveira e, para o bem da população, conversamos e aparamos aquilo que estava sendo divergente e vimos que tínhamos muito mais a agregar do que diferenças. A princípio, está tudo tranquilo e resolvido, porque tanto a gestão municipal, quanto o CMS, têm como intuito trabalhar em conjunto para favorecer o melhor resultado para a população”, disse.