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Comunicadores celebram neste sábado o ‘Dia Nacional do Podcast’

Brasil é o país que mais consome podcasts no mundo./ Foto: Reprodução.

Yngrid Horrana

PASSOS – Jornalistas, publicitários e diversos comunicadores celebram neste sábado, 21, o ‘Dia Nacional do Podcast’. A data marca o lançamento do primeiro podcast publicado no Brasil, chamado “Digital Mind”, idealizado e produzido pelo podcaster Danilo Medeiros, em 2004.

Segundo o jornalista e professor de Radiojornalismo da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) – unidade Passos, Maurício de Mello, a maioria das pessoas pode se adaptar ao tipo de informação produzida pelos podcasts, independente de idade, gênero ou preferência. Segundo ele, isso acontece justamente pela relação de semelhança com o rádio, destacando a acessibilidade, que permite ao ouvinte consumir determinado conteúdo pelos dispositivos móveis.

“Com o podcast, essa relação se flexibilizou ainda mais. O ouvinte não precisa acompanhar a grade da programação, pode escolher o melhor horário para fazer isso. E com o fone de ouvido, acredito que isso acaba criando outra maneira de consumir o áudio, a questão fica mais íntima. Hoje em dia têm podcasts para todos temas, seja para mães grávidas, mecânicos, advogados, mulheres casadas ou pais solteiros”, comenta.

Segundo o professor, uma das razões que coloca a produção de podcasts em um espaço de destaque no Brasil está associada a interação do jornalista com o público. Para ele, os produtores de podcast, que também geralmente são jornalistas e têm o intuito de manter o teor informativo, mas com a mensagem transmitida de maneira mais íntima e pessoal, o que acarreta no sucesso dessas mídias.

“Em partes, o podcast dá voz para as classes oprimidas e qualquer outro segmento da população que não tenha presença nas mídias de grande repercussão, ou que às vezes são tratadas de forma estigmatizada. A ideia dos podcasts é trazer o diálogo, aceitar a pluralidade de culturas e as maneiras de pensamento. Se você reconhece isso, você está contribuindo para que a desigualdade comece a ser repensada”, salienta Maurício.

“Sem dúvida, a tecnologia possibilita que todos os extratos populacionais que se articulam e se organizam consigam se comunicar. A gente sabe dos impedimentos financeiros com relação às redes, que são limitadas e tem um custo para realizar as transmissões via web”, diz.

Para o estudante do 8º período de Jornalismo na Uemg – unidade Passos, Marcos Túlio Gonçalves, os podcasts têm desempenhado um papel significativo na disseminação de informações.

“Nos incentiva às discussões e ao diálogo sobre tópicos importantes. Isso pode ajudar a promover a compreensão e o engajamento público em questões relevantes, incluindo aquelas relacionadas ao jornalismo, pesquisa, questões dos movimentos LGBTQIA+, igualdade racial, feminismo interseccional, entre outros”, aponta.

“Mas também penso que há desafios, pois a acessibilidade aos podcasts depende da disponibilidade de acesso à internet e de dispositivos adequados. E nem todos são confiáveis, com a qualidade de conteúdo amplamente variante. Eles têm o potencial de democratizar a educação e a informação, desde que sejam utilizados de maneira responsável e crítica, e que o público seja incentivado a avaliar a qualidade e a confiabilidade dessas fontes de informação”, disse Marcos.

Consumo

O podcast é um meio de comunicação de áudio que dá ao ouvinte a possibilidade de acompanhar programas noticiosos, de entretenimento, culturais ou de comédia a qualquer hora e em qualquer lugar,

Segundo o CanalTech, eles são um estilo de programa de áudio que tem conquistado muita popularidade com o passar dos anos, lembrando os antigos programas de rádio, só que mais independentes.

De acordo com pesquisa realizada pela Data Reportal, organização responsável pela checagem de dados globais, o Brasil é o país que mais consome podcasts no mundo. Os dados revelam que, no início de 2023, 42,9% da população era adepta do meio. Além disso, o consumo teve aumento de aproximadamente 35% durante a pandemia da covid em 2019.

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