22 de julho de 2023
Foto: Arquivo FM.
PASSOS – A receita com exportações de café na região caiu cerca de 28% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em volume enviado ao mercado externo, o recuo foi de 18,4% em 2023. Em Paraíso, a diminuição na receita chega a 42,5%.
De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Seviços (MDIC), a receita na região passou de US$ 145,47 milhões para US$ 104,93 milhões e a queda foi puxada pelo menor desempenho de São Sebastião do Paraíso no mercado externo.
No município, que é o maior exportador da região, o recuo chegou a 42,5% na receita e de cerca de 34% no volume. Piumhi, Ibiraci e Nova Resende registram alta nas vendas do produto para o mercado externo.
Entre janeiro e junho de 2022, Paraíso exportou 30,7 mil toneladas de café, com receita de US$ 124,3 milhões. Nos seis primeiros meses de 2023, o volume enviado para outros países caiu para 20,3 mil toneladas e a receita, para US$ 71,4 milhões.
Além de Paraíso, em Monte Santo de Minas também teve recuo no volume e nas receitas com a venda de café no mercado externo. Segundo MDIC, o município exportou 178,8 toneladas de café no primeiro semestre do ano passado, com receita de US$ 850,7 mil. No mesmo período deste ano, o volume caiu para 146,3 toneladas e a receita baixou de US$ 850,7 mil para US$ 820,4 mil.
Em Piumhi, a performance no mercado externo com a venda de café dobrou neste ano. De janeiro a junho de 2022 o município registrou US$ 9,8 milhões com o envio de 2,5 mi toneladas. Nos seis primeiros meses de 2023, foram exportadas 5,3 mil toneladas, com receita de US$ 21,3 milhões.
Ibiraci também teve alta significativa nas exportações de café em 2023. No município, o volume do produto comercializado no mercado externo subiu de 1,17 mil para 2,67 mil toneladas. As receitas aumentaram de US$ 5,5 milhões para US$ 10,5 milhões no período.
Nova Resende registrou o maior aumento na venda de café para o exterior. A receita subiu de US$ 115,4 mil para US$ 849,6 mil e o volume passou de 19,1 para 179,1 toneladas.
São Tomás de Aquino, que não teve exportações de café no primeiro semestre de 2022, registrou o envio de 7,92 toneladas entre janeiro e junho de 2023, com receita de US$ 53,4 mil. Carmo do Rio Claro, que faturou US$ 2,37 milhões com a venda de 540 toneladas do produto no primeiro semestre, não teve desempenho no mercado externo no mesmo período de 2023.
Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o volume de café exportado pelo país no primeiro semestre deste ano caiu 18,9% em relação ao mesmo período de 2022, com queda de cerca de 24% nas receitas. No mesmo período, o preço médio da saca de 60 quilos do produto no mercado externo caiu 6%.
Em Passos, as exportações de carne de frango aumentaram de 1,12 mil toneladas para 1,27 mil toneladas nos seis primeiros meses deste ano e as receitas subiram de US$ 2,03 milhões para US$ 2,57 milhões em relação ao primeiro semestre de 2022.
BRASÍLIA – Segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), o consumo mundial da bebida deve atingir a marca de 178,5 milhões de sacas de 60 kg no período de 2022/23. Nesse contexto, o Brasil se destaca como o maior exportador da commodity, enviando ao exterior 35,626 milhões de sacas no ano safra 2022/23, alcançando uma receita cambial de U$ 8,135 bilhões de dólares, conforme o relatório divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Entre os 133 países que importam o café brasileiro, os Estados Unidos e a Alemanha se mantêm como os principais destinos, com fatias significativas de 18,3% e 14,7%, respectivamente. A Itália, com 8,1%, a Bélgica, com 5,4%, e o Japão, com 5,2%, também figuram como importantes mercados para o café brasileiro.
Esse cenário reforça a relevância da cultura para a economia brasileira, já que o setor cafeeiro ocupa a quarta posição no Valor Bruto da Produção (VBP) dos produtos agrícolas no país, contribuindo com R$ 52,53 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os ganhos advindos dessa indústria representam 6% da receita total da produção agrícola brasileira, que atingiu R$ 868,96 bilhões em 2022.
Nesse contexto, a promoção do café brasileiro no exterior torna-se essencial para manter e expandir o mercado internacional, impulsionando a economia do país. Ações de promoção buscam aumentar a visibilidade e a reputação dos cafés brasileiros nos mercados globais, conquistando novos consumidores e fidelizando os já existentes.
Interessado na expansão dos horizontes do mercado, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, tem dedicado atenção especial ao setor cafeeiro, tanto na produção quanto na indústria. Recentemente, Fávaro fez solicitações especiais, com destaque para o lançamento do Café do Governo, que se tornou o presente oficial do Brasil para comitivas internacionais. Além disso, o ministro requisitou ao Conselho Nacional do Café (CNC) – representante da produção de café brasileiro – a preparação de caixas contendo cafés de diversas origens produtivas, destinadas a presentear chefes de estado durante uma viagem especial da comitiva brasileira ao exterior.
“Associações e cooperativas se empenharam para oferecer cafés produzidos em praticamente todas as regiões brasileiras, todos com alta pontuação. O resultado foi muito positivo. Nosso ministro irá presentear chefes de estado com o que de melhor temos na cafeicultura brasileira, cada embalagem contendo um QR Code indicando a origem do café”, enfatizou Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Para ele, Carlos Fávaro está demonstrando um interesse diferenciado no setor cafeeiro e tem contribuído para a abertura de novos mercados no exterior. “A valorização do café brasileiro como presente oficial do país a comitivas internacionais e o cuidado com a seleção dos cafés para presentear chefes de estado reforçam a importância desse produto no contexto das relações exteriores do Brasil. A iniciativa do ministro promove a divulgação e a apreciação da diversidade e qualidade dos cafés brasileiros, ampliando as oportunidades comerciais para o setor cafeeiro nacional”, finalizou Silas Brasileiro.