BELO HORIZONTE – O governo do estado declarou situação de emergência em saúde pública por conta da explosão no número de casos de dengue e chikungunya. O documento foi publicado neste sábado, 27 no Diário Oficial de Minas Gerais.
A medida foi anunciada, na última terça-feira, pelo secretário de Estado de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, durante entrevista coletiva em Belo Horizonte. Segundo ele, o objetivo é facilitar contratações temporárias e a compra de insumos para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
De acordo com dados do painel de monitoramento de casos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), entre os dias 1º e 26 deste mês, o estado registrou 59.911 casos prováveis, sendo 21.573 deles já confirmados. A SES também confirmou duas mortes em decorrência da dengue, uma em Monte Belo, no Sul de Minas, e outra em Araguari, no Triângulo Mineiro.
No caso específico da dengue, o decreto destaca que há predominância de infecções pelo sorotipo 1, mas já há também detecção de casos do sorotipo 3, que não circulava de forma epidêmica no Brasil há mais de 15 anos.
A publicação autoriza o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, a tomar medidas administrativas para conter casos de arboviroses, incluindo a aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços necessários ao atendimento da situação emergencial.
O decreto também prevê a instalação do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, coordenado pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, para monitoramento e gestão da situação de emergência no estado.
O decreto vai vigorar pelo prazo de 180 dias.
Vacina
O Ministério da Saúde informou esta semana que 521 municípios brasileiros foram selecionados para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. As cidades compõem 37 regiões de saúde que são consideradas endêmicas para a doença.
As regiões selecionadas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte com mais de 100 mil habitantes; registram alta transmissão de dengue no período 2023-2024; e têm maior predominância do sorotipo DENV-2. Conforme a lista, 16 estados, incluindo Minas Gerais, e o Distrito Federal têm cidades que preenchem os requisitos.
O Ministério da Saúde confirmou ainda que serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, uma das faixas etárias que concentram maior número de hospitalizações por dengue. Os números mostram que, de janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.