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Com aumento de repasse, Gedor Silveira retoma internações

Hospital psiquiátrica, em Paraíso, atende 28 pacientes, mas tem capacidade de 160 leitos de internação, em uma área de 6,5 mil metros quadrados / Foto: Reprodução

Carlos Renato

S. PARAÍSO – O Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira, em São Sebastião do Paraíso, deve retomar as internações a partir desta segunda-feira, 2. A determinação veio após uma decisão judicial que autorizou o aumento do repasse, que era de R$ 82,40 para R$ 253 por paciente, vindo do Estado e da União. No final de abril, o hospital alertou para a falta de recursos e o risco de fechar as portas.

Segundo nota divulgada pelo hospital, o aumento de 207% no repasse deve viabilizar o restabelecimento da capacidade financeira mínima para a manutenção e funcionamento dos atendimentos, garantindo condições seguras e dignas para os pacientes.

“Após alinhamento administrativo, revisão das condições assistenciais, estamos preparados para reiniciar os atendimentos, mantendo o compromisso com um cuidado humanizado e de qualidade, marca da nossa instituição”, informou em nota divulgadas nas redes sociais.

O hospital ressaltou ainda a compreensão da população e dos colaboradores durante o período de suspensão dos atendimentos e internações.

Referência

O hospital psiquiátrico em São Sebastião do Paraíso é referência em internações e tratamento na área da saúde mental em Minas Gerais, podendo atender pacientes de quatro regionais de saúde (Passos, Alfenas, Varginha e Pouso Alegre), abrangendo 154 municípios do Sul de Minas.

Atualmente, o Gedor Silveira atende 28 pacientes, mas tem capacidade de 160 leitos de internação psiquiátrica em uma área de 6,5 mil metros quadrados, com estrutura completa e especializada em saúde mental e tratamento de dependência química. O hospital atende via Sistema Único de Saúde (SUS) e particular.

 

Déficit

Com déficit mensal de R$ 500 mil, o hospital suspendeu a internação de novos pacientes no início do mês de maio, após falta de recursos desde abril. A instituição divulgou ainda que poderia encerrar as atividades.

O hospital alegou que não tem recebido dinheiro de 63 municípios do Pacto Compor, instituído após mobilização do Ministério Público (MP) no final de 2023 e que garantiu o repasse mensal de R$ 2,5 mil para a redução do déficit e a manutenção das atividades. Segundo a administração, o repasse foi feito por um ano.

Em nota divulgada à imprensa no final de abril, a fundação apontou que o valor da diária repassada ao hospital permanecia em R$ 82,40 desde 2018 e o custo real para a manutenção seria de R$ 253.

No documento, a fundação apontou que a nova diretoria, que assumiu em 30 de maio de 2022, implementou medidas estruturais e assistenciais como cumprimento integral do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o MP, que previa a readequação da capacidade de internação e a ampliação da equipe técnica. “Embora tais providências tenham gerado impacto significativo nos custos mensais, resultaram em melhorias reais na qualidade do atendimento oferecido à população”, destacou.

“Atualmente, o Hospital Gedor Silveira acumula um déficit operacional mensal da ordem de R$ 500 mil, valor que inviabiliza a continuidade dos atendimentos sem uma resposta institucional concreta por parte dos entes financiadores”, disse a nota.

A fundação também apontou que as soluções financeiras necessárias à manutenção do hospital devem ter caráter emergencial e com compromisso definitivo. “A mera adoção de medidas paliativas não será suficiente para assegurar a sustentabilidade de um serviço tão essencial à saúde pública. Caso nenhuma medida efetiva e duradoura seja implementada, a instituição poderá ser levada ao encerramento definitivo de suas atividades”.

 

 

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