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Cobertura vacinal contra coqueluche está abaixo da meta

6 de setembro de 2024

Imunizante é disponível para crianças menores de um ano de idade e protege contra difteria, tétano e coqueluche./ foto: Reprodução

Carlos Renato

PASSOS – A região está com 86,32% na cobertura vacinal contra a coqueluche, considerando até o mês de agosto deste ano, e ainda não atingiu a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%, segundo dados são do sistema de informações da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em Passos, o índice até agosto é de 70,54%.

Em 2023, a região terminou o ano com cobertura de 94,16%, pouco abaixo da meta de 95% para crianças com menos de um ano de idade.

Os dados levam em consideração a cobertura vacinal em 27 municípios que compõem quatro regiões de saúde consideradas pelo PNI (Passos, São Sebastião do Paraíso, Cássia e Piumhi).

Segundo o levantamento, a imunização da vacina tríplice bacteriana infantil (DTP), que previne contra difteria, tétano e coqueluche está abaixo do recomendado em 15 municípios da região.

Em Passos, o índice de vacinação alcançou 70,54% até o mês de agosto deste ano. Em 2023, o município alcançou a meta de 85,75%.

Paraíso alcançou cobertura de 81,55% neste ano. Em 2023, o índice ficou em 73,59%. Já Piumhi alcançou o índice de 91,92% no ano passado e 92,99% até o mês passado.

Doze cidades da região já alcançaram ou ultrapassaram a meta de cobertura, com destaque para Claraval (425%), Vargem Bonita (172,73%) e Itamogi (133,87%). Nessas cidades e em outras sete foram vacinadas mais pessoas em relação à estimativa inicial da população alvo, que ficou acima do esperado. Por conta disso, o índice de cobertura ficou acima de 100%.

Os municípios de Monte Santo de Minas (94,26%), Jacuí (91,94%), Alpinópolis (90,28%) e Pratápolis (90%) estão próximos de alcançar a meta.

Por outro lado, São José da Barra (61,02%), Fortaleza de Minas (62,50%) e Cássia (65,55%) são as cidades da região com a menor taxa de cobertura vacinal na região contra a doença.

Conforme informou a referência técnica em imunização da Secretaria de Saúde de Passos, Priscila Soares Corrêa Faria, além da vacina DTP para criança menor de um ano, atualmente o sistema de vacinação disponibiliza também a vacina Pentavalente indicada para prevenção contra a difteria, tétano, pertussis (coqueluche), hepatite B e Haemophilus influenzae B.

“No calendário de rotina preconizado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), essa vacina está disponível para crianças a partir de dois meses até seis anos 11 meses e 29 dias, geralmente utilizada nas primeiras doses com dois meses, quatro meses e seis meses”, explicou.

“Já a vacina DTP (1º reforço) é indicada para prevenção contra difteria, tétano e coqueluche e é indicada às crianças acima de 1 ano e 3 meses e 4 anos. Tem ainda a DTPa (difteria, tétano, coqueluche acelular) recomendada em todas as gestações, pois além de proteger a gestante e evitar que ela transmita a Bordetella pertussis ao recém-nascido, permite também a transferência de anticorpos ao feto protegendo-o nos primeiros meses de vida até que possa ser imunizado”, esclareceu a profissional.

Segundo Priscila, neste ano foi disponibilizado ao município 609 doses da vacina Pentavalente, 490 da DTP e 621 da DTPa, totalizando em 1.720 doses, sendo suficiente para atingir a previsão de cobertura vacinal.

A Secretaria de Saúde do município, por meio do Setor de Imunização, destaca ainda que realiza periodicamente campanhas nas escolas, vacinação aos sábados, sensibilização da população, palestras educativas, além de manter oito salas de vacinas a disposição da população, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 16h.

Conforme o Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunizações-PNI ofereçe o imunizante na rotina do Calendário Nacional de Vacinação, como dose de reforço, em continuidade ao esquema primário realizado com a vacina Pentavalente (aos dois, quatro e seis meses de vida do bebê).

Casos

Na semana passada, a Secretaria de Saúde de Poços de Caldas confirmou que um bebê de menos de dois meses de vida morreu em decorrência da coqueluche no dia 19 de julho. Esse foi o primeiro óbito pela doença registrado em Minas Gerais desde 2019.

No ano passado foram 14 registros no estado. Este ano já são 131 casos confirmados, nenhum na região.

Doença

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria (Bordetella Pertussis). Os principais sintomas são crises de tosse seca. Pode atingir, também, traqueia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Segundo o ministério, a transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes.