BELO HORIZONTE – A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) deve investir R$42,2 bilhões até 2027. Esse, segundo a empresa, é maior plano de investimentos da história da companhia, superando os R$22,5 bilhões anunciados em 2021 e com prazo de execução até 2025. Dos investimentos anunciados há dois anos, 81% do valor já foi investido ou está contratado.
De acordo com informações divulgadas pela empresa nesta segunda-feira, a previsão para o programa de investimento até 2027 é de R$18,4 bilhões na área de distribuição, R$ 13,4 bilhões em geração, R$3,5 bilhões em transmissão, R$ 3,2 bilhões em geração distribuída, R$2,3 bilhões em gás natural e R$ 1,4 bilhão em inovação e TI.
A Cemig deve construir cerca de 3,5 mil quilômetros de linhas de distribuição e de 136 subestações de energia, no Mais Energia, programa que prevê 200 novas subestações, totalizando 615 subestações. Das novas subestações, 64 já foram entregues nos últimos dois anos.
Durante apresentação do investimento, o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, afirmou que o plano de expansão reforça a presença da empresa em Minas Gerais, com foco nas áreas de atuação da companhia, geração, transmissão e distribuição de energia, geração distribuída e comercialização de gás.
O anúncio foi feito durante o 28º Encontro Anual da Cemig com o Mercado de Capitais, realizado em Belo Horizonte, e integra o planejamento estratégico da companhia para os próximos anos. “É um plano de investimentos muito ambicioso, o maior da história da Companhia, que gera valor para a Cemig, beneficia os nossos clientes e o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. E um plano alinhado à nossa estratégia, de focar em Minas e vencer, sem comprometer recursos da companhia com investimentos fora do estado”, disse Passanezi.
O novo plano de investimentos também contempla a continuidade do Minas Trifásico, que está ampliando em 30 mil quilômetros a rede trifásica no interior. Essa ampliação possibilitará, em especial, o fortalecimento da agricultura e pecuária, com potencial para se tornarem agronegócio.
A expectativa é que os novos investimentos possibilitem a conexão de 2,2 gigawatts de novas cargas em todas as regiões do estado, o que equivale a mais de cinco vezes a potência instalada da Usina de Três Marias, impulsionando o crescimento do mercado da Cemig Distribuição e o desenvolvimento econômico do estado.
Pelo segundo ano consecutivo, as perdas de energia da Cemig Distribuição ficaram abaixo do percentual regulatório, graças às ações realizadas no combate ao furto, regularização de ligações clandestinas e substituição de medidores de energia por equipamentos novos e mais atuais.
O tempo médio de interrupção no fornecimento de energia, medido pelo índice DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) foi de 9,48 horas durante todo o ano e se manteve, pelo terceiro ano consecutivo, abaixo do limite máximo definido pela Aneel. O índice alcançado em 2022 representa um fornecimento de energia contínuo durante 99,7% do tempo do ano, em média, para os 9 milhões de clientes da Cemig Distribuição.
“No ano passado, a Cemig atingiu a marca histórica de 9 milhões de clientes que, pelo segundo ano consecutivo, estão sendo atendidos dentro de todos os parâmetros regulatórios previstos, garantindo a qualidade do fornecimento e a saúde financeira da companhia”, destacou o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Leonardo George de Magalhães.
No resultado consolidado, a Cemig alcançou, no ano passado, um lucro de R$4,09 bilhões, 9,1% acima do lucro obtido em 2021, que foi de R$ 3,75 bilhões. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$6,86 bilhões, com uma queda de 14,2% em relação ao ano anterior. Excluídos os eventos não-recorrentes, o lucro líquido ajustado de R$4,2 bilhões em 2022 foi 30,6% maior em relação a 2021, enquanto o Ebtida ajustado cresceu 16,8% no mesmo período, alcançando o valor de R$6,9 bilhões no ano passado.