Yngrid Horrana
CÁSSIA – O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Cássia realizou uma palestra na campanha “Agosto Lilás” nesta quarta-feira, 16, no Centro de Convivência do Idoso (CCI). A mobilização tem como objetivo debater o combate à violência contra a mulher e reuniu cerca de 30 participantes na palestra “Aspectos Jurídicos e Psicológicos da Violência Doméstica Contra as Mulheres e as Formas de Denúncia”. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação da Prefeitura de Cássia.
O encontro também teve apoio da advogada e do psicólogo do Creas, Kelly Danieli Labanca e Messias Alberto Prado Silva, além da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que deu orientações sobre os canais de denúncia e socorro à vítima e sobre a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD).
Segundo o assistente social e coordenador do Creas, Giulian Franco Gonçalves Braga, o objetivo é abordar temas como rede de apoio para as mulheres que são vítimas de violência doméstica, mas também serviu como um canal de conscientização a respeito da violência contra a mulher. Ele afirma que os debates visam apontar soluções e apoio às possíveis vítimas, seja recorrendo aos canais de denúncia ou por meio de assistência psicológica.
“Havendo um caso dessa natureza, o Creas primeiro faz o acolhimento dessa vítima. Será oferecido apoio e uma escuta qualificada pela equipe interdisciplinar do equipamento – Advogada, Psicólogo e Assistente Social. Após, serão feitas as orientações psicológicas, jurídicas, e a depender da situação, os encaminhamentos para a rede pública de atendimentos. Posteriormente, essa mulher será acompanhada pelo Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI)”.
Conforme informações do responsável do Creas, atualmente não há muitas queixas de violência doméstica no município de Cássia. Entretanto, ele disse que o Ministério Público (MP), em conjunto com a PMMG, possui um projeto de coleta de dados sobre violência doméstica com objetivo de implantar grupos de apoio à mulher na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação.
“Já existe um levantamento de dados sendo realizado para que esses grupos sejam formados. Tanto a Polícia Militar quanto o Ministério Público estão trabalhando em conjunto para disponibilizar essas informações à Secretaria para a formação dos grupos”, afirmou Braga, assegurando que as mulheres precisam ser encorajadas para que a Segurança Pública seja notificada sobre esses crimes.
O coordenador destacou a necessidade de promover um exercício de unificação e independente de gênero, com objetivo de combater a violência. “A participação dos homens no debate é fundamental, porque quando eles passam a entender os males causados pela violência contra a mulher, passam a conscientizar outros homens também. É preciso compreender que não se trata de uma luta das mulheres contra eles, mas sim contra a violência, é uma luta de todos”, explicou.