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Casos prováveis de dengue têm queda de 84% na região em 2025

Região teve 5.285 casos prováveis de dengue nas seis primeiras semanas epidemiológicas de 2024. Neste ano, desde o início de janeiro, foram 842 / Foto: Reprodução

PASSOS – O número de casos prováveis de dengue na região diminuiu 84% no início deste ano em relação ao mesmo período de 2024. 

Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) apontam que as notificações caíram de 5.285, registradas nas seis primeiras semanas epidemiológicas de 2024, para 842, entre o início de janeiro e esta quinta-feira, 13. 

No começo de 2024, ano mais letal da dengue na região, a SES já havia confirmado quatro óbitos em decorrência da doença, sendo dois em Pimenta, um em Piumhi e outro em Capetinga. O painel também registrava um óbito em investigação, em Bom Jesus da Penha. 

Neste ano, os municípios da região ainda não registraram óbitos por dengue. 

Entre os 27 municípios que integram a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos, apenas quatro registraram mais casos prováveis de dengue no início de 2025 em relação ao mesmo período de 2024. 

Ibiraci, que teve 15 nas seis primeiras semanas epidemiológicas de 2024, registro 18 neste ano. São João Batista do Glória, que teve 14 notificações no início do ano passado, estava com 27 casos prováveis até esta quinta-feira. São Sebastião do Paraíso, que apresentava 103 casos no começo de 2024, está com 187, e São Tomás de Aquino, que tinha seis notificações no início de 2024, registra 24 casos prováveis até esta quinta-feira. 

Brasil: queda chega a 60% nas primeiras semanas de 2025 

 BRASÍLIA – Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses indicam que o Brasil registrou 281.049 casos prováveis de dengue nas seis primeiras semanas de 2025. 

O número representa uma redução de cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 698.482 casos prováveis da doença. 

Em nota, o Ministério da Saúde avaliou a redução como substancial e um reflexo da mobilização nacional promovida pela pasta de forma conjunta com estados e municípios. “O resultado é parte do Plano de Ação para Redução dos Impactos das Arboviroses, lançado pelo Governo Federal em setembro de 2024.” 

Entre as unidades federativas, 17 registraram redução nos casos prováveis de dengue, sendo que as maiores quedas foram identificadas no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Amapá e no Paraná. Já em dez estados, incluindo Tocantins e Pernambuco, houve aumento no comparativo com as seis primeiras semanas de 2024. 

Em relação à incidência, os estados com maior número de casos prováveis por 100 mil habitantes são Acre, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. São Paulo figura como estado com o maior número de casos prováveis do país: 164.463 mil apenas em 2025, um aumento de cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Sorotipo 3 

De acordo com a pasta, a elevação preocupa, sobretudo em razão da presença de casos de infecção pelo sorotipo 3, que não circulava no país de forma predominante há mais de 15 anos. “Neste momento, por exemplo, a Força Nacional do SUS [Sistema Único de Saúde] mantém equipe em São José do Rio Preto, no interior do estado.” 

Este mês, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu alerta epidemiológico sobre o risco elevado de surtos de dengue tipo 3 nas Américas. De acordo com a entidade, a circulação do sorotipo já foi registrada em diversos países do continente – incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru. 

“A Opas pede aos países que reforcem sua vigilância, o diagnóstico precoce e a gestão clínica para que possam enfrentar um potencial aumento de casos de dengue”, destacou a organização, em nota. O comunicado cita ainda que a Argentina chegou a registrar alguns casos de dengue tipo 3 em 2024. 

O vírus da dengue conta, ao todo, com quatro sorotipos distintos, sendo que a imunidade contra um sorotipo oferece proteção vitalícia apenas contra esse sorotipo específico. “O que significa que infecções subsequentes com outros sorotipos podem aumentar o risco de formas graves da doença”, destacou a organização. 

Ainda de acordo com a entidade, o sorotipo 3 vem sendo associado a formas graves da doença, mesmo em infecções primárias (quando o paciente não possui histórico de infecções por outros sorotipos da dengue). “O cenário levanta preocupações sobre o potencial impacto do sorotipo 3 na saúde pública.” 

“O ressurgimento do sorotipo 3, após um período de ausência prolongada em determinadas áreas das Américas, aumenta a vulnerabilidade de populações que não foram previamente expostas a ele”, concluiu a Opas. 

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