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Casos de sífilis aumentam 18,2% na região em 2022

Uso correto e regular do preservativo é a medida mais importante para prevenir a doença./ Foto: Reprodução.

Carlos Renato Souza

PASSOS – Os registros de sífilis adquirida passaram de 170, em 2021, para 201 no ano passado nos municípios da região, o que representa alta de 18,24%. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), em 2022 foram 133 casos da doença em homens e 68 em mulheres.

Em relação a sífilis em gestante, na área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS-Passos) foram notificados 80 casos em 2022 ante 69 casos da doença no ano anterior, com alta de 15,9% no período. Sobre o momento do diagnóstico durante a gestação, 18 casos foram confirmados no primeiro trimestre, 14 no segundo, 23 no terceiro e outros 14 casos identificados durante ou logo após o parto. Sobre a sífilis congênita em menores de um ano, o número de casos subiu 41,2%, com registro de 48 ocorrências em 2022 e 34 em 2021.

Segundo informações da SES, a sífilis adquirida pode ser transmitida de uma pessoa para a outra durante relações sexuais sem preservativo ou por transfusão de sangue. Já a transmissão da sífilis congênita acontece de mãe infectada para a criança durante a gestação ou no parto.

O diagnóstico da sífilis pode ser realizado na Unidade Básica de Saúde, através do teste rápido, com a coleta de uma gota de sangue na ponta do dedo. Caso o resultado seja reagente, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para a realização de um teste laboratorial para a conclusão do diagnóstico. De acordo SES-MG, a benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento da sífilis, sendo a única droga com eficácia documentada durante a gestação.

O diagnóstico está disponível pelo SUS por meios das unidades municipais de saúde. Em São Sebastião do Paraíso, o Ambulatório de Infectologia funciona na rua Placidino Brigagão, nº1660, no Centro. Em Passos, os testes da doença ocorrem no Ambulatório Escola Ambes, localizado na rua Sabará, nº164, no Centro.

SES reforça importância de prevenção, tratamento e diagnóstico da doença

BELO HORIZONTE – Conforme dados levantados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Minas Gerais registrou 21.026 casos de sífilis adquirida em 2022. Esse é o maior número registrado desde 2010. Também no ano passado foram diagnosticados 6.064 casos em gestantes e outros 2.213 da sífilis congênita.

De acordo com a coordenadora de IST, Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Mayara Marques de Almeida, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum, e que requer atenção e cuidado, pois pode levar à morte. “A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação”, alertou Mayara.

Segundo a coordenadora, o aumento no número de casos da doença está, por um lado, associado à ampliação do diagnóstico por meio da testagem rápida e, por outro, à adesão relativamente baixa ao uso do preservativo nas relações sexuais. “O uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina é a medida mais importante de prevenção da sífilis. A testagem e acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal também são fundamentais para o controle da sífilis congênita”, afirmou.

Segundo ela, a pessoa que teve alguma relação sexual desprotegida deve buscar atendimento em uma Unidade de Saúde para realizar o teste rápido. A procura também é indicada a pessoas que foram vítimas de violência sexual. Em caso de resultado positivo, o tratamento é iniciado. “Ele é altamente eficaz para a cura da doença. Em formas mais graves da doença, como no caso da sífilis terciária, se não houver o tratamento adequado, podem ocorrer complicações graves como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, capazes de levar à morte”, disse a coordenadora.

De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), os sintomas variam conforme o estágio da infecção no organismo do indivíduo. Em sua primeira fase é caracterizada por uma úlcera, geralmente única, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus e boca). Já a fase secundária surge em média entre seis semanas e seis meses após a infecção. Nesse caso, podem ocorrer erupções cutâneas. A fase terciária manifesta-se na forma de inflamação e destruição tecidual. Nesse caso, é comum o acometimento do sistema nervoso e cardiovascular. Especificamente para a gestante, a detecção precoce da sífilis é essencial para evitar a transmissão vertical e consequentes malformações no feto, complicações como nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, pneumonia, anemia e até acometimento cerebral.

Pré-natal

O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal constitui outra estratégia essencial para a prevenção da sífilis congênita. Em caso de resultado positivo para a gestante, é fundamental que o parceiro também procure o serviço de saúde e passe pelo tratamento. Dessa forma, a reinfecção por sífilis é evitada, e a saúde da mãe e do bebê ficam garantidas.

Em Minas Gerais, os usuários encontram o exame disponível nas Unidades Básicas de Saúde e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e o tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações sobre a infecção podem ser acessadas em: www.saude.mg.gov.br/sifilis.

Diagnóstico precoce da doença é feito pelo Ambulatório de Infectologia em Paraíso./ Foto: Reprodução.

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