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Câmara de Passos vai realizar audiência sobre saúde mental

6 de abril de 2023

Foto: Arquivo FM.

Luciene Garcia

PASSOS – A Câmara de Passos vai realizar, no próximo dia 26, uma audiência pública para discutir a assistência à saúde mental no município. Segundo relato de usuários do sistema público de saúde e de profissionais que atuam no setor, há problemas no fornecimento de medicamentos, demora para conseguir consulta com psiquiatria e no atendimento psicológico na rede pública, por exemplo. A Secretaria de Saúde de Passos alega que foram contratados 12 psicólogos e que não há falta de medicamentos.

A audiência foi marcada após solicitação de um grupo formado por 64 pessoas que se uniram para tentar melhorar o atendimento na saúde mental de Passos. Eles apontam que, entre janeiro e março, o município registrou dez casos de suicídio.

É preciso melhorar a rede de atendimento de Saúde Mental em nossa cidade, temos muitos pontos sensíveis a serem resolvidos, como o fornecimento adequado de remédios psiquiátricos pela farmácia básica, e sem que haja falta, a disponibilização de atendimento adequado, 24 horas, para pacientes em surtos psicóticos, busca ativa de pessoas com transtorno mentais, entre outros. São alarmantes os números de casos, por isso faremos uma audiência pública sobre o assunto”, disse a presidente da Câmara, Aline Macedo, que marcou a audiência.

O projeto Viver Bem, Viver Mais tem como objetivo levar propostas para o poder público e, com isso e o tempo necessário para colocá-las em prática, reduzir a demanda relacionadas à saúde mental.

As principais reivindicações apresentadas pelo grupo são demora para conseguir consulta, falta de psicólogos e psiquiatras na rede, filas de espera ou indisponibilidade de vaga, dificuldade em conseguir encaminhamento, lotação da agenda do profissional, falta de medicação fornecida pelo SUS, atendimento precário dos Caps e Caps AD, troca de profissionais e indisponibilidade de atendimento imediato.

Nós perdemos algumas pessoas que conhecíamos para o suicídio e temos alguns transtornos também e conhecemos pessoas que têm algum transtorno mental e com isso a gente vê que o atendimento à saúde mental de Passos está bastante precarizado”, afirma a assistente social Samantha Resende, integrante do grupo.

Por exemplo, no meu postinho, a psicóloga atende apenas cinco pessoas a cada 15 dias. E, na saúde mental do São Lucas, por exemplo, demora uns dois a três meses para você conseguir uma consulta. Tudo isso que estou falando vem além da minha vivência com o atendimento à saúde mental pelo SUS aqui na cidade, mas também como vivência de várias outras pessoas do grupo”, afirma Samantha.

Planejamento

O secretário de Saúde de Passos, Thiago Salum, afirma que não há falta de medicação para saúde mental e que foram contratados 12 psicólogos para a rede municipal. Segundo ele, os casos de emergência são encaminhados para o Caps 2 ou à Unidade de Pronto Atendimento ((UPA).

“Psiquiatria temos uma rede com muita demanda mesmo. As intensidades das consultas são de acordo com o planejamento médico. Foram contratados mais 12 Psicólogos para a atenção básica para suporte nos atendimentos. Não está faltando nenhum tipo de medicação das que são fornecidas para o SUS na rede. Atendimento de emergência é feito pelo Caps 2 ou na UPA. Precisamos aumentar a rede e iremos contratar mais para suprir a demanda e diminuir a fila de espera”, disse.

Uma pessoa toma Nortipilina, medicamento para depressão, relatou que teve que comprar o produto porque estava em falta na farmácia da rede pública.