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Câmara analisa projeto sobre saúde mental materna em Paraíso

A psicóloga hospitalar e perinatal, Bruna Pádua Silva, utilizou a tribuna da Câmara em Paraíso./ Foto: Divulgação.

S. S. PARAÍSO – A Câmara de São Sebastião do Paraíso analisa um projeto que institui a campanha “Maio Furta-cor” no calendário oficial do município. A campanha foi criada em 2021 com o objetivo de conscientizar sobre a saúde mental das mães.

Segundo informações do Legislativo, a proposta é realizar, durante o mês, reuniões, palestras, cursos, oficinas, seminários, distribuição de material informativo, entre outras ações, priorizando a conscientização da população e o engajamento de órgãos da administração pública, empresas, entidades de classe, associações, federações e da sociedade civil organizada.

De acordo com a Câmara, a psicóloga hospitalar e perinatal Bruna Pádua Silva esteve na sessão realizada no último dia 3 e disse que o objetivo é propiciar a reflexão sobre a saúde mental materna. “O cuidado preventivo sempre gera resultados positivos em diversos âmbitos. Além de promoção de saúde, evita gastos públicos com tratamento medicamentoso, com internações e superlotações de espaços especializados, além de possibilitar a transformação social a partir da construção de espaços mais democráticos e construção de relações saudáveis”, afirma.

Segundo a psicóloga, a maioria das gestações no Brasil ocorre sem planejamento, o que, somado a diversas outras questões, como a alta taxa de abandono paterno, sobrecarga de tarefas domésticas, de trabalho, de cuidado, frustração pela interrupção de suas carreiras de estudo e de trabalho, falta de apoio e de suporte social, dificuldades financeiras e violências, acabam por gerar adoecimento mental. Ela afirma que a gravidez é um período potencial de crise, sendo possível identificar desde cedo efeitos negativos como sintomas depressivos, ansiedade e estresse. Situações que, sem acompanhamento especializado, podem ser agravadas e levar a resultados extremos.

Ainda segundo a Câmara, a autora do projeto, a vereadora Cidinha Cerize, agradeceu a confiança de Bruna por procurá-la para apresentar a proposta. “Na Santa Casa de Misericórdia realmente vivenciamos a dor de algumas mulheres. Sabemos que a maternidade é linda, é um desejo muito grande, mas por trás da maternidade também tem outros fatores que devem ser olhados. São alarmantes os números de mulheres que estão em depressão, o que pode ser identificado precocemente para que elas possam viver na integridade o momento da maternidade”, disse.

Os vereadores Pedro Delfante e Luiz de Paula solicitaram permissão para coassinar o projeto de lei. José Luiz das Graças reforçou: “é preciso fazer uma ação pública para acolher essas mães já no início da gravidez e pós-parto. Temos que cobrar essa política pública de forma adequada”.

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