J. R. Guzzo
O Brasil deixou definitivamente de ter uma política externa. Com alguns pequenos disfarces no começo, mas cada vez mais rapidamente com o passar do tempo, o governo Lula falsificou um dos principais fundamentos da organização do Estado brasileiro: pautar as suas relações com os países estrangeiros de forma a favorecer, sempre, os interesses objetivos do Brasil e dos brasileiros. Incluem-se, nesses interesses, a defesa dos valores democráticos, éticos e morais inscritos na Constituição Federal. O Brasil de Lula jogou tudo isso no lixo – e mais de 100 anos de história diplomática. Em vez de atender aos interesses nacionais, a diplomacia brasileira está hoje a serviço de uma seita ideológica extremista que se dedica a sabotar as relações entre o Brasil e as democracias capitalistas e a subordinar o país às agendas das piores ditaduras do planeta, como a do Irã.
Neste momento, mais uma vez, Lula e os seus estrategistas de “política externa” – na verdade, uma salada das noções primitivas que circulam em centros acadêmicos estudantis – estão metidos em mais uma fase da sua luta para eliminar o Estado de Israel da face da Terra. Depois de se aliar, em termos práticos, aos terroristas “palestinos” que assassinaram 1.200 civis judeus em outubro de 2023, num dos crimes de guerra mais selvagens da história moderna, aliam-se agora, com a mesma gritaria neurótica, ao Irã – o comandante real da guerra de extermínio contra Israel.
Os israelenses atacaram, até agora com notável sucesso, as instalações nucleares do Irã, que, segundo dizem e repetem os aiatolás iranianos, têm como única função eliminar fisicamente Israel e matar os seus 9 milhões de habitantes. Falam isso em público, e têm falado o tempo todo desde que o Estado hebraico reagiu com um contra-ataque devastador aos crimes que sofreu dois anos atrás.
O que você faz se um país que se declara como seu inimigo de morte está construindo um arsenal nuclear, recusa qualquer negociação séria e diz que vai jogar essas bombas em cima da sua cabeça assim que puder? Destruir, antes de serem usadas, bombas nucleares que serão utilizadas contra o seu país é um ato elementar de legítima defesa.
O governo Lula, é claro, ficou a favor do Estado terrorista do Irã e contra o Estado democrático de Israel – aliás, o único de toda a região – que teve de atacar para sobreviver. Não é apenas mais uma explosão do antissemitismo cada vez mais agressivo de Lula, que há pouco mandou Israel parar de fazer “mimimi” com o holocausto nazista. É um recado, para todo o mundo, de que o Brasil de hoje tornou-se um aliado automático e fiel das ditaduras mais abjetas do mundo.
J. R. Guzzo é jornalista