2 de agosto de 2023
Empate sem gols contra a Jamaica culminou na eliminação precoce da Seleção./ Foto: Reprodução.
PASSOS – Após 28 anos, a Seleção Feminina é eliminada na fase de grupos de uma Copa do Mundo. Na manhã desta quarta-feira, 2, o Brasil empatou contra a Jamaica e despediu da competição de uma forma precoce. A Seleção terminou a Copa com quatro pontos, ficando na terceira colocação do Grupo F, atrás da líder França (sete pontos) e da própria Jamaica (cinco pontos).
É a terceira vez que a seleção brasileira, que disputou as nove edições de Copa da Mundo, deixa a competição ainda na primeira fase. O time acabou eliminado também nas edições de 1991 e 1995.
Na primeira edição do Mundial, na China, quando apenas 12 seleções participavam, o Brasil ficou em terceiro lugar do Grupo B e não avançou. Estados Unidos liderou, seguido da Suécia e a única vitória brasileira foi em cima do Japão, lanterna do grupo, por 1 x 0.
Em 1995, o Brasil caiu novamente em um grupo com Suécia e Japão e foi a lanterna com apenas uma vitória, justamente sobre a anfitriã sueca. O placar também foi de 1 x 0.
A melhor colocação brasileira na competição aconteceu no Mundial de 2007, quando ficou com o vice-campeonato, perdendo a final para a Alemanha.
Desde 2015, a seleção brasileira não passa das oitavas de final. No Mundial do Canadá, foi eliminada pela Austrália e, na Copa da França, em 2019, a equipe de Pia Sundhage perdeu para as próprias anfitriãs.
O nome da técnica Pia entrou na lista dos assuntos mais comentados nesta quarta, antes mesmo do fim da partida que decretou a queda precoce da seleção na Copa. A sueca de 63 anos foi eleita pela internet como a grande vilã da eliminação.
Seja nas redes sociais ou até mesmo nas transmissões esportivas da partida contra a Jamaica, críticas não faltaram a atuação da treinadora no jogo. Da demora a fazer alterações à passividade na beira do campo, quase nenhum aspecto da participação de Pia no empate passou em branco.
O vínculo de Pia com a seleção termina dia 30 de agosto, alguns dias após o fim da Jogos Olímpicos de Paris-2024, onde o Brasil já está classificado e que tem seu encerramento previsto para dia 11.
PASSOS – A atacante Marta Vieira da Silva, de 37 anos, se despediu definitivamente dos mundiais. Após seis competições disputados, 17 gols feitos e um vice-campeonato, Marta é a maior artilheira da história da competição, tanto no masculino quanto no feminino. Acostumada a titularidade absoluta, a atleta teve de se adaptar a uma nova realidade durante a competição. Pela primeira vez, começou um Mundial como reserva.
A jogadora que ganhou seis Bolas de Ouro (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018), passou o ano de 2023 na incerta, após sofrer com uma lesão na coxa esquerda e desfalcar o Brasil nos últimos confrontos internacionais. Em 2022, Marta já havia ficado de fora de boa parte das partidas da Seleção por conta de uma lesão no joelho esquerdo.
Sobre o que esperar do futuro do futebol feminino no Brasil, a Rainha citou a evolução de outras seleções, como a própria Jamaica, para dar um exemplo do quanto a modalidade é promissora.
“Estamos vendo seleções que tomavam de sete, de oito, de 10, jogando de igual para igual com os grandes. Isso mostra que o futebol feminino é um produto que dá lucro, dá prazer de assistir. Apoiem e continuem apoiando. Marta acaba por aqui, não tem mais copa para a Marta. Estou muito grata. Continue apoiando, para elas é só o começo Para mim, é o fim da linha”, disse emocionada, após o término da partida.