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Bombeiros registram queda de 20% em área queimada em unidades de conservação

14 de novembro de 2024

MESMO COM RECORDE DE MAIS DE 29 MIL REGISTROS DE INCÊNDIO EM VEGETAÇÃO NESTE ANO, MINAS TEVE QUEDA DE 20,3% EM ÁREA QUEIMADA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO / Foto: Reprodução

BELO HORIZONTE – Apesar do recorde de cerca de 29 mil registros de incêndios em vegetação neste ano, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais registrou queda 20,3% de área queimada nas Unidades de Conservação UCs e zonas de amortecimento. Segundo informações do governo de Minas, os dados validam a eficiência da instalação das bases operacionais e a efetividade de investimentos na Força Tarefa Previncêndio (FTP).

A redução de área queimada nos perímetros de proteção integral é significativa, principalmente do ponto de vista de conservação do patrimônio natural, na medida em que o esforço de resposta conseguiu evitar a destruição de nascentes, áreas de vegetação primária, corredores de biodiversidade, preservando um elevado número de espécies raras e a distribuição fitogeográfica que compõem as UCs.

O balanço parcial contempla dados até o dia 1/11, resultado da integração entre o CBMMG, a Secretaria de Estado de Meio AmbienteInstituto Estadual de FlorestasPolícia MilitarPolícia CivilCoordenadoria Estadual de Defesa Civil, órgãos federais, brigadistas e voluntários.

Para implementar o planejamento, o Governo de Minas investiu R$ 10 milhões que foram aplicados em ações de prevenção e resposta, com destaque para o uso de tecnologia da Sala de Coordenação Operacional, instalada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde foram utilizadas imagens de satélite para monitoramento dos pontos de calor, o que permitiu com que 72,65% dos focos de incêndio fossem combatidos em menos de 24h.

Outro importante passo neste contexto do investimento, foi a inserção de bases operacionais em Unidades de Conservação identificadas com maior registro de ocorrências. A instalação das bases compostas por bombeiros e brigadistas, de prontidão para prevenção e combate às chamas, viabilizou cerca de 60% de redução de área queimada, em pelo menos seis UCs. Cochá e Gibão, no Norte de Minas, com maior histórico de área queimada dos últimos 11 anos, obteve redução de 83%.

Visando o próximo ano, a corporação percebe a necessidade de reforçar as 28.585 vistorias e intensificar ações de incentivo aos municípios para criação de legislação que responsabilize os proprietários pela manutenção de seus terrenos. Estes incêndios influenciaram negativamente a APA Sul, que registrou um aumento de 3.421 hectares de área queimada nos municípios de cobertura.

A discussão ainda se amplia na necessidade de envolver empreendedores que ao construírem edificações vizinhas à vegetação, assumam a instalação de medidas contra o avanço das chamas para ambientes naturais e urbanos.

De olho na ação humana, o CBMMG apoiou nas investigações de incêndios criminosos, desenvolvido pela segurança pública de Minas. A recorrência dos crimes, a baixa precipitação, acompanhadas de ondas de calor, contribuíram para um cenário prejudicial à qualidade do ar nos centros urbanos, acendendo um alerta para ações integradas em prol da saúde pública.

Até o final de novembro, a corporação trabalha no desenvolvimento de um Report Final do Período de Estiagem, a ser divulgado no final do mês.

“Para 2025, os desafios apontam a necessidade de intensificar estratégicas com saldo positivo, sobretudo com o uso da tecnologia. Nesse sentido, a corporação já adquiriu licenças do software ArcGIS, aprimorando a capacidade de geoprocessamento das operações e estuda a implementação de novas Bases Operacionais em UCs ”, comentou o tenente-coronel Ivan Neto, coordenador de Meio Ambiente do CBMMG.

Entre as metas, o CBMMG prioriza a capacitação de brigadistas e voluntários, visando o aperfeiçoamento da interlocução com essas entidades, reconhecidas pelo importante serviço na preservação das UCs no estado.