Leonardo Natalino
PASSOS – Assim como ocorre na capital paulista desde 2016, Belo Horizonte pode aderir à torcida única em clássico envolvendo os dois maiores clubes do estado: Atlético e Cruzeiro. O motivo para a possível decisão é o comportamento da torcida cruzeirense no clássico do último domingo, 22, vencido pela Raposa por 1 x 0.
No triunfo cruzeirense, o setor visitante da Arena MRV, palco do duelo, teve várias cadeiras, catracas e câmeras quebradas. Com o Galo tendo sua própria casa e a experiência negativa que houve nesse primeiro clássico, os próximos jogos podem ter torcida única.
Segundo o CEO do Galo, Bruno Muzzi, a ação da torcida celeste gerou prejuízo e desconforto ao Atlético e, por conta disso, Belo Horizonte caminha para o modelo de São Paulo, onde os quatro grandes da capital, em clássicos, mandam os jogos com torcida única. O mesmo ocorre em Campinas, interior paulista, no Dérbi Campineiro, disputado entre Ponte Preta e Guarani.
Como surgiu a torcida única em SP?
Para aqueles que acompanham o futebol paulista há pouco tempo, tratam como normal a ausência de torcedores visitantes nos clássicos disputados entre os quatro grandes de São Paulo (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo), o que não era comum até 2016.
Em 3 de abril daquele ano, em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, uma pessoa foi morta em uma briga entre torcedores corintianos e palmeirenses, momentos antes do início do Dérbi. A data foi marcada pelos diversos confrontos entre as torcidas.
No dia seguinte, o Ministério Público pediu à Federação Paulista de Futebol que determinasse que clássicos ocorressem somente com a presença de uma única torcida nos estádios paulistas. À noite, a FPF acatou a decisão, após uma reunião realizada na Secretaria de Segurança Pública, no centro de São Paulo.