14 de novembro de 2024
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Gilberto Batista de Almeida
“A diferença entre esquerda e direita é que a esquerda sonha com o mundo como ele deveria ser; a direita trabalha com o mundo como ele é.” – Thomas Sowell
Embora a grande imprensa brasileira tenha abdicado dos princípios do verdadeiro jornalismo e se comporte de forma subserviente àqueles que lhe destinam vultosos repasses de dinheiro público, não será mais possível solapar a verdade de que a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos simboliza não apenas é parte de uma onda global de crescimento da direita, mas também ocorre pela falência e a derrocada da extrema esquerda em várias partes do mundo.
A verdade é que, aparentemente, a esquerda só sobrevive nos países onde conseguiu instaurar seu “estágio ideal”: ditaduras violentas, partido único, imprensa controlada, perseguição implacável aos opositores e fraudes eleitorais. Por isso, aqui apresento uma análise das razões que parecem levar o mundo a rejeitar os órfãos de Marx, Lenin e Stalin. Recebi crítica de um leitor de extrema esquerda, pela coluna anterior, onde questionei as práticas e retóricas da esquerda, contudo, essa crítica veio de uma figura cujos argumentos se desfazem em devaneios, o que apenas me incentivou a continuar expressando minha opinião.
Era assim também nos meus tempos de universidade, quando contrariar a esquerda era quase um sacrilégio; o risco de enfrentar hostilidade era real. E parece que esse tipo de perseguição ideológica ainda persiste. Muitos esquerdistas não conseguem se conscientizar de que perderam a credibilidade completamente e continuam a ver a si mesmos como justiceiros sociais, donos absolutos da verdade. Quando seus discursos — desgastados e ineficazes — fracassam, ao invés de repensarem suas ideias, preferem acordar de manhã e escolher o próximo golpista, racista, homofóbico, transfóbico, fascista, terraplanista e explorador para esculachar.
Hoje, pessoas comuns, moderadas, que comem com talheres, tomam banho diariamente e apenas querem viver em paz, se cansaram de ter que se policiar sobre o que podem dizer ou pensar, com medo de serem censuradas, “canceladas” ou atacadas pelos anacrônicos esquerdistas. Ninguém mais aguenta a retórica da linguagem neutra, a defesa de banheiros unissex, a sexualização de crianças, o desarmamento, o aborto indiscriminado e o protecionismo de criminosos condenados, quando o que se quer debater são temas como Segurança Pública, Crescimento Econômico, Geração de Empregos, qualidade dos serviços públicos, investimento em infraestrutura do país, dentre outras prioridades.
Quando se propõem a atuar como “justiceiros sociais”, os esquerdistas deveriam ao menos mostrar resultados concretos. Infelizmente, o que vemos são políticas que aumentam o déficit público e aprisionam a população no assistencialismo governamental. O Bolsa Família, por exemplo, criado a partir da unificação de 4 programas do governo de Fernando Henrique Cardoso (que o PT na época criticou duramente, dizendo que sua finalidade era eleitoral), cresceu de forma descontrolada. Hoje, em muitos estados, há mais beneficiários do que trabalhadores com carteira assinada e é comum bolsistas rejeitarem o emprego para não perderem o benefício e continuarem a buscar complementação em bicos e na informalidade o que representa um caos social e previdenciário. Um programa social assistencialista, deveria ser um auxílio temporário, reduzindo-se conforme o desenvolvimento econômico reintegra essas pessoas ao mercado de trabalho. Seu crescimento contínuo reflete o fracasso das políticas econômicas e sociais.
A resposta do mundo aos ideólogos de esquerda é clara: é hora de abandonar paradigmas ultrapassados e estabelecer um diálogo mais honesto com a população, que já não tolera o proselitismo demagógico, o discurso de ódio do “nós contra eles” e a falta de soluções concretas para alcançar equilíbrio social. A destruição econômica, como observamos, por exemplo, na Venezuela e Argentina, e a irresponsabilidade fiscal de governos de extrema esquerda, foram sentidas no Brasil durante o governo Dilma, quando passamos por uma das maiores recessões da história e podem ocorrer novamente caso o governo atual prossiga perdulário e apontando para o precipício, sem planejamento e sem responsabilidade fiscal.
O crescimento da direita em grande parte do mundo não se deve somente aos méritos excepcionais de seus líderes, como Trump, Javier Milei, Daniel Noboa e Giorgia Meloni. Na realidade, o fortalecimento da direita reflete o colapso da esquerda, que, além de realizar governos desastrosos, flerta com a repressão e a violação das liberdades democráticas enquanto continua discursando em nome da democracia.
A direita, mesmo sem oferecer modelos perfeitos ou governantes infalíveis, defende valores fundamentais e proporciona uma governança que busca resultados objetivos, livre dos discursos vazios e dos ciclos viciosos promovidos pela esquerda, que insiste em discussões intermináveis, inimigas dos resultados e sem conexão com a realidade prática.
Gilberto Batista de Almeida é engenheiro eletricista e ex-político, escreve quinzenalmente às quintas nesta coluna.