BELO HORIZONTE – O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, apontou o avanço dos casos de chikungunya como novidade neste ano As notificações da doença representam 21,5% dos testes realizados no estado em 2023, mas pode ser maior, aponta o secretário. Até o dia 20 deste mês, Minas registrou 36 mil casos prováveis de chikungunya e quatro mortes em decorrência da doença.
Segundo Baccheretti, historicamente, os casos de dengue são predominantes. “Temos um fato novo que é a chikungunya, que não circulava em Minas. Neste ano, do número de amostras dos testes realizados, 21,5% são da doença, mas, possivelmente, temos mais casos positivos do que esse total. É um vírus novo que está circulando e pegando a população suscetível. Esse movimento veio do Norte de Minas, porque foi no Sul da Bahia que começou o registro de casos da doença”, disse.
As afirmações do secretário foram feitas em entrevista realizada nesta segunda-feira durante o anúncio do início das obras da Biofábrica Wolbachia, unidade para controle de arboviroses prevista no Acordo Judicial firmado pelo poder público com a Vale, em razão dos danos provocados pelo rompimento da barragem na Mina do Córrego Feijão, ocorrido em Brumadinho, 2019.
De acordo com o último boletim sobre arboviroses divulgado pela Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), até o dia 20 deste mês foram registrados 131.032 casos prováveis de dengue, sendo 46.619 confirmados e 15 mortes pela doença em 2023. Em relação à chikungunya, foram notificados 36.011 casos prováveis da doença, sendo 10.895 confirmados e quatro óbitos. O zika vírus, segundo o governo do estado, é, até então, o que apresenta menor circulação, com cerca de 0,1% de proporção, em contraste com os 78,4% da dengue e 21,5% de chikungunya.
Baccheretti destacou que o papel dos municípios e o engajamento da população são primordiais para controlar a proliferação das arboviroses. “Não adianta só ter o vírus circulando, tem que ter o mosquito, e ele só existe se a gente deixar água parada. Mais de 80% dos focos de mosquito estão dentro de casa e, por isso, esse é o papel de cada um. Primeiro, deixar o agente de endemia entrar na sua casa para jogar o larvicida e, segundo, não deixar água parada dentro de casa”, enfatizou.
A expectativa, conforme projeções da SES-MG, é que a curva de casos comece a cair em meados de abril.
“Quando olhamos no mapa de incidência, percebemos que o Norte e o Triângulo Mineiro estão com grande número de casos e, agora, esses se espalham pela Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que é muito populosa e, obviamente, a circulação do vírus aumenta. A expectativa é que os casos do Norte do estado entrem em queda, seguido pelo Triângulo, e que, depois, essa curva comece a cair na região metropolitana também, onde o pico dos casos está previsto para o mês de abril”, explicou o secretário.
Para reforçar o monitoramento dessas doenças, a SES-MG lançou o Painel Arboviroses: Vigilância Epidemiológica, que divulga os números de casos, óbitos e incidência no estado. A ferramenta possibilita o acesso direto aos dados a toda a população. No painel, que tem como fonte o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o usuário consegue fazer buscas pelo tipo de arbovirose, período, semana epidemiológica, entre outros.