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“Asterix e Obelix no Reino do Meio” foi lançado nos cinemas no último mês de fevereiro, mas fez sua estreia na Netflix e passou o fim de semana ocupando as primeiras posições do Top 10 de filmes mais assistidos da plataforma. Com muito humor físico e trocadilhos, a comédia francesa pode parecer estranha e até lenta para quem não está acostumado às tramas históricas de Goscinny e Uderzo – ainda que o roteiro do longa não seja baseado em nenhuma obra deixada por eles, mas sim num roteiro inédito.
Estão presentes todos os principais elementos de um filme de Asterix: os personagens carismáticos da vila de gauleses, o arrogante Júlio César (Vincent Cassel) e seu exército de soldados romanos, a dupla de protagonistas apaixonando-se por alguém e até os tradicionais piratas que sempre levam a pior ao esbarrar com Asterix e Obelix.
O foco da vez é a China, ainda dividida em diversos reinos. A imperatriz sofre um golpe e sua filha, a princesa So Hi (Julie Chen), acompanhada por sua guarda-costas, Chi Nee Lin (Leanna Chea), são ajudadas por um gaulês e conseguem fugir. A dupla parte em direção à China – território que Júlio César está ajudando o rival da imperatriz a conquistar – para tentar resolver a questão.
O destaque fica com os simpáticos efeitos dos momentos em que Asterix bebe a poção mágica que lhe dá forças, que buscam levar a sensação dos quadrinhos às telas, e também com as tradicionais cenas de pancadaria surreal, com romanos voando para longe a cada bordoada da dupla. Desta vez, há também golpes de luta chinesa à la O Tigre e o Dragão.
Uma série de trocadilhos está presente no nome dos personagens, como o capitão de barcos “Titanix”, ou os personagens chineses Doi Dao, Doi Din (algo como ‘Doidão’ e ‘Doidinho’) e “Den Sin Quinn”, cuja pronúncia se assemelha à música Dancing Queen, do ABBA. Falando nisso, a trilha sonora também chama atenção, com referência a clássicos como Kung Fu Fighting, We Will Rock You e Time Of My Life (do clássico Dirty Dancing).
Para os fãs de futebol, há a presença de Zlatan Ibrahimovic, craque da Suécia, que interpreta o temido soldado romano Antivírus. Apesar de rápida, sua participação dura mais que uma cena, e traz referências ao mundo da bola. É o próprio diretor do longa, Guillaume Canet, que interpreta Asterix – curiosamente, na vida real o ator é casado com Marion Cotillard, a Cleopatra de Asterix e Obelix no Reino do Meio.
Gilles Lellouche entrega um bom resultado como Obelix na primeira vez que o personagem não é vivido por Gérard Depardieu (que já foi acompanhado pelos Asterix de Christian Clavier, duas vezes, Clovis Cornillac e Édouard Baer no passado) num live-action da franquia.