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‘As Marvels’ diverte entre e humor

22 de novembro de 2023

Iman Vellani como Ms. Marvel, Brie Larson como Capitã Marvel e Teyonah Parris como Capitã Monica Rambeau./ Foto: Divulgação.

CINEMA

As Marvels, que chega nesta quinta-feira, 23, no Cine Roxy, em Passos, e continua em cartaz no Cine A, em Paraíso, é um filme que chega cheio de desconfianças. Não só a Marvel Studios está passando por um momento turbulento em seu voo pelo universo compartilhado, como também o filme em si é alvo da descrença de parte dos espectadores. Alguns destilam apenas machismo, enquanto outros só dizem não gostar da personagem da Capitã Marvel e de sua intérprete, a oscarizada Brie Larson.

O fato é que a diretora Nia DaCosta (do excelente remake A Lenda de Candyman) comanda um roteiro que escapa de vários problemas do filme anterior, Capitã Marvel, de 2019. Para começar, dilui a presença de Larson (alvo de ataques sobre sua atuação desde que foi escalada) com um grupo. Agora, ela não está mais sozinha, mas dividindo espaço e cenas com a simpática Ms. Marvel (Iman Vellani) e Monica Rambeau (Teyonah Parris).

Elas, juntas e sem muita explicação sobre como se uniram, precisam combater mais uma ameaça Kree. Desta vez, Dar-Benn (Zawe Ashton), essa alienígena que quer sugar a energia vital de outros mundos para fazer com que seu planeta consiga enfim sobreviver.

É uma trama batida, um tanto sem graça, que volta a falar de uma vilã que quer destruir tudo que vê pela frente. É o típico problema da Marvel que se arrasta desde Homem de Ferro, de 2009: quase nenhum vilão das histórias do estúdio se salva. A maioria não tem a humanidade necessária para comprarmos a ideia. Escapa só Thanos e Killmonger, este último de Pantera Negra. As Marvels, assim, não escapa dessa maldição coletiva.

Mas é absolutamente injusto, por outro lado, falar que esse novo filme é um exemplo de como o Universo Cinematográfico Marvel vai mal, geralmente citando, junto, Thor: Amor e Trovão e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Enquanto esses outros dois longas nadam em um mar de bobeira, As Marvels, ciente da má vontade de boa parte do público já acostumado com os filmes do estúdio, segue por um caminho mais leve e descontraído.

Assim, no conjunto final, várias coisas deixam o filme agradável. Para começar, a química entre Larson, Vellani e Parris é o grande atrativo da produção. Elas funcionam bem em conjunto e quase nunca saem de sintonia. Você pode até não torcer individualmente para cada uma delas, mas torce pelo coletivo, com cada uma delas mostrando personalidades bem distintas, mas que trazem coesão para o todo quando juntas. Dá vontade de ver mais.

Além disso, DaCosta filma as cenas de ação maravilhosamente bem. Ainda que tenha problemas evidentes de efeitos especiais, algo com que a Marvel Studios já está penando desde Viúva Negra, a diretora conta com uma fluidez de câmera que deixa essas sequências mais empolgantes, salvas também pelas boas coreografias. Uma sacada de fazer com que as personagens se alterem no espaço-tempo faz, também, com que o filme fique mais leve.