VINÍCIUS BORGES

PASSOS – O cultivo da soja tem ganhado cada vez mais espaço na zona rural de Passos. Nos últimos anos, a área plantada subiu de 7 mil hectares, na safra 2018/19, para 17,5 mil ha na safra 2023/24. O milho safra de verão, no mesmo período, oscilou entre 2 mil e 4,25 mil hectares de área cultivada.

De acordo com levantamento feito pelo escritório Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a cana de açúcar e o café também têm aumentado as áreas de plantio no município.

A cana subiu de 10,28 mil hectares para 15 mil hectares nos dois últimos anos safra. O plantio de café aumentou, no mesmo período, de 2,92 mil para 3,42 mil hectares.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater de Passos Paulo César Stripari, a soja tem se tornado a principal cultura agrícola voltada à exportação no município e a cana teve incremento por conta da retomada do setor com a aquisição da antiga Usina pelo Grupo Ipiranga.

“O grupo Ipiranga voltou a disputar a área para cultivo, remunerando bem e trazendo confiança aos proprietários. Além de reformarem as áreas de cultivo”, destacou o engenheiro, em relação ao plantio de cana-de-açúcar que teve um aumento de 45% desde metade do ano passado.

O café arábica foi outra plantação com bom desempenho, apresentando um aumento de 17% em comparação ao ano anterior. Segundo Paulo, o crescimento é resultado de bons preços e liquidez, além de canais de comercialização favoráveis. Também, obtendo-se destaque as geadas de 2019 que influenciaram esta situação, aumentando o cultivo do café de montanha.

Stripari também aponta que a área de produção do milho safrinha teve queda, principalmente, neste último ano safra por conta dos preços e do clima, que fez com que muitos dos produtores não conseguiram plantar o milho a tempo, após a colheita da soja.

“O milho talvez não possua um aumento muito grande nos valores, pois apesar das questões que impactaram em sua produção, o milho ainda possui uma grande área plantada que acaba relevando um pouco esses fatores”, disse.

Já o feijão, segundo a Emater, enfrenta queda na produtividade nesse último ano, principalmente na segunda safra.

“A segunda safra do feijão foi ruim por causa de pragas, doenças e da seca, apesar de ter aumentado a área de produção, tivemos praticamente 60 dias sem chuva e um calor acima da média para a época. Apenas áreas irrigadas obtiveram sucesso nessa safra”, afirma o agrônomo.

Segundo a Emater, o sorgo foi outro grão que teve crescimento no cultivo em Passos, dobrando a área plantada. Fruto de boas safras e condições climáticas que possibilitaram melhor desempenho.