PASSOS – Equipes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) devem iniciar, nesta quinta-feira, estratégias para a vacinação contra a febre amarela em Monte Santo de Minas. O município registrou a primeira morte em decorrência da doença no estado neste ano.
A vítima, um homem de 41 anos que era trabalhador rural, morreu no dia 23 de fevereiro e teria estado no interior de São Paulo recentemente, onde um caso foi confirmado em Vargem Grande do Sul.
Após a confirmação do caso e da primeira morte por febre amarela em Minas neste ano, a SES adotou medidas para alinhar ações contra a proliferação de casos. Segundo a SES, a febre amarela é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem e a primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados. Possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já nas áreas urbanas, o vetor do vírus é o Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, chikungunya e o vírus Zika.
A maior frequência da febre amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola.
De acordo com a SES, nos anos 2000, Minas teve dois surtos importantes de febre amarela silvestre (FAS) e duas epidemias consecutivas nos períodos sazonais de 2016/2017 e em 2017/2018. A letalidade variou de 34,1% em 2016/2017 (Vales do Rio Doce e Mucuri, em parte da Zona da Mata e Jequitinhonha) e 33,5% em 2017/2018 (RMBH, Zona da Mata e parte das regiões Campos das Vertentes, Oeste e Sul/Sudoeste mineiro)
Sintomas
Os principais sintomas da febre amarela (FA) são sensação de mal-estar, dor de cabeça, febre alta, dor muscular, calafrio, cansaço, icterícia, insuficiência hepática, náuseas, vômito, insuficiência renal, ausência de urina e diarreia.
Segundo a SES, a maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Nestes casos, a doença pode causar o comprometimento do fígado provocando icterícia (pele amarelada), hemorragias (sangramentos) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Depois de identificar alguns desses sintomas, a pessoa deve procurar um médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se observar mortandade de macacos próximo aos lugares que visitou, assim como picadas de mosquito. Informa, ainda, se tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.
Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.