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Apiário prevê aumento de 50% na extração de mel até o final do ano

4 de outubro de 2024

OS TONÉIS SERVEM PARA RESERVAS TONELADAS DE MEL COLETADAS E INDUSTRIALIZADAS EM DUAS DIFERENTES ETAPAS AO ANO./ foto: Reprodução

Ézio Santos

PASSOS – O apiário Santa Rita prevê atingir cerca de 18 toneladas de mel neste ano, seis a mais que o volume registrado no ano passado. Na última quarta-feira, 3 de outubro, foi comemorado o Dia da Abelha.

O responsável pelo setor de vendas do apiário, Fellipe Gonçalves de Lima Oliveira, de 28 anos, afirma que, apesar da estiagem prolongada e da quantidade de queimadas na região, a produção tem sido satisfatória.

“Costumo dizer que a produção de mel e própolis depende de Deus, dividindo 50% da natureza, por causa das flores, e restante do clima. Temos duas coletas por ano: em abril e maio, e a partir de setembro, por causa da estação primavera, quando a florada é mais intensa”, afirma Fellipe.

O Apiário Santa Rita fica localizado próximo da Estação de Captação do Saae no Ribeirão Bocaina, no final da rua dos Caetés, no Jardim Serra Verde. O apicultor Nelson Gonçalves de Oliveira, de 64 anos, começou a atividade há 35 anos, mas foi a partir de 1998 que se tornou uma pequena empresa, porém, no ano de 2000, foi ampliada para vendas no varejo em elevadas quantidades diretamente para compradores, e em 2018 foi registrada no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), passando a comercialização no atacado regional, hoje atendendo 57 cidades, algumas bem distantes.

De acordo com Fellipe, sua mãe, Maria Antônia de Lima Oliveira, e o irmão Fabrício Gonçalves de Lima Oliveira, formado em Direito, também fazem parte da equipe técnica e administrativa da indústria. Ele afirma que o apiário possui várias colmeias e parceria com donos de fazendas, em São José da Barra, Bom Jesus da Penha, Itaú de Minas e São Sebastião do Paraíso.

“Semanalmente, vamos buscar os quadros que ficam nos caixotes onde as abelhas constroem os favos, produzem o mel e o própolis. Depois são industrializados através da separação das impurezas ou excessos, envasados e vendidos em diversos tipos de estabelecimentos comerciais”, disse.

O mel produzido no apiário é o da florada silvestre através da abelha espécie Apis-mellifera, mais conhecida por Europeia ou Africana. São polinizadas na região, centenas de tipos de flores, sendo as mais comuns e em maior quantidade de pés de cultura agrícola como as lavouras de laranja, café e banana. Também o Eucalipto, Assa-Peixe, Cipó-Uva, plantas medicinais e ornamentais.

“Mel de um determinado paladar, a produção é bastante onerosa, tanto na coleta, quanto no refino. Também é necessário ter extensas lavouras para que as abelhas polinizam apenas as flores da determinada cultura, como por exemplo eucalipto e laranja. Ressalta-se que o melhor mel tem de conter os importantes requisitos: sabor, tonalidade, cristalização, cheiro e densidade”, aponta.

O tipo de inseto é responsável pela polinização de mais de 70 das 100 espécies de vegetais que fornecem 90% dos alimentos para um planeta habitado por sete bilhões de pessoas, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente de Junho de 2014. Fellipe concorda que as abelhas correm risco de extinção ao longo do ano em razão do uso inseticidas ‘neonicotinoides’, defensivos agrícolas utilizados em todo o mundo, bem como as mudanças climáticas, desmatamento e queimadas.