Ézio Santos
PASSOS – A direção da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas de Passos (Apap) continua na luta para que a instituição seja reconhecida como entidade que presta serviços a famílias com membros com Transtorno do Espectro Autista (TEA), principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade social. A principal meta é fundar uma clínica para tratamento com especialidades médicas.
Segundo a instituição, para que isso possa se tornar realidade, um projeto de lei sobre o assunto, que tramita na Câmara, precisa ser aprovado até o dia 28 de abril. Na última segunda-feira, houve a tentativa de antecipar as votações em primeiro e segundo turnos no mesmo dia, mas dois vereadores se recusaram a assinar o parecer único proposto pela Presidência do Legislativo, alegando a necessidade de mais tempo para tomar suas decisões com imparcialidade.
O projeto prevê a liberação de R$ 1,030 milhão que será aplicado na contratação de profissionais para trabalhar na futura clínica, cujo atendimento deve ter início quando o dinheiro for repassado para a Apap.
”Ficamos chateados com o fato, mas eles estão seguindo o que prevê a lei. Apenas deixaram de acelerar a execução do nosso plano para com os autistas que necessitam de tratamento especial. Creio que semana que vem teremos uma excelente notícia sobre o assunto em questão”, afirma Alisson Soares Alves, administrador da Apap.
Sobre a clínica, que será aberta na sede da entidade, na Rua Babilônia, 193, no Jardim Vila Rica, os profissionais já estão informados e com área para o trabalho de psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga.
“Já temos quase tudo, faltando apenas a liberação do dinheiro por parte do prefeito, depois que o PL for aprovado na câmara. O nosso projeto terá início e fim, ou seja, os atendimentos serão encerrados no prazo em que tivermos condições de arcar com os salários dos médicos, porém poderá ser renovado se tivermos mais recursos”, alega Alisson.
Leilões
Para custear as despesas fixas mensais e de emergência, a Apap promoveu nos dias 8, 9 e 15 deste mês o segundo leilão virtual de brindes. De acordo com Alisson, que desempenhou o papel de leiloeiro no Facebook, foram arrecadados cerca de R$ 32 mil, R$ 4 mil a mais que no ano passado.
Segundo ele, a quantia de evento de 2024 está apenas no papel, porque muitas pessoas não buscaram os brindes arrematados e nem efetuaram os pagamentos. Alisson revelou que 10% do valor será destinado à Apae de Passos.
“Queremos agradecer a todos que firmaram as compras no leilão, bem como os doadores de brindes. A Apap sempre precisa e vai necessitar do apoio da comunidade passense, porque temos custos e pouco repasse de verbas públicas. É com o dinheiro que fornecemos cestas básicas, pagamos água, energia, internet e os materiais básicos da sede, que é alugada. Eu, como administrador, e a assistente social somos remunerados, porém, a diretoria, presidida por Maria Cristina de Freitas Beraldo, é voluntária, fazendo de tudo com amor e carinho para com os nossos filhos e os demais que recebem assistência”, afirma.
Uma curiosidade revelada por Alisson é que no leilão de 2023, eram menos prendas, mas os valores dos arrematadores foram mais elevados, no evento deste mês foi ao contrário. Dois diferentes móveis rústicos tiveram os preços mais altos. O do ano passado foi vendido por R$ 1.600, e em 2024, foi arrematado por R$ 500 a menos.