Ézio Santos
PASSOS – A diretoria da Associação de Pais e Amigos Dos Autistas de Passos (Apap) tem encontrado dificuldades em adquirir as fitas com desenhos de girassóis para a identificação das pessoas com transtornos como o espectro autista. Segundo a associação, depois da sanção da lei 14.624/23 pelo governo federal no final do mês de julho, o fabricante não consegue atender a demanda.
O material é importante para os autistas e seus familiares. “Nós compramos, pela internet, faz um bom tempo e deve chegar no final deste mês, afirmou a vendedora responsável. Já é o quinto pedido através de um site estrangeiro, mas não sabemos se os cordões são fabricados no Brasil”, disse a presidente da Apap, Patrícia Vilela do Nascimento Barcelos, mãe de Tomás e Miguel, ambos autistas.
Fundada em 2018, a Apap conta com menos de 50 associados, mas as famílias adicionadas no grupo de WhatsApp ultrapassam 300, e a maioria tem a fita com o desenho do quebra-cabeça por fora, e os girassóis do outro lado. “Nos comunicamos diariamente desta forma, sem contar que exista em Passos, talvez, o dobro de autistas, mas os pais ou parentes deles preferem o anonimato. A luta perante a sociedade, que muitas vezes ignora as pessoas com deficiências ocultas, entre elas, as do espectro autista, continua”, afirma Patrícia.
Sobre a lei que trata sobre o cordão, vendido pela Apap a R$ 15 cada, ela afirmou ter vindo para facilitar bastante a vida dos filhos e seus familiares. “Um dos benefícios é que a fita leva pendurada a carteirinha de identificação do autista, e oportuniza prioridades em tudo no dia a dia. Por exemplo: nas filas, seja de que lugar for, eles não podem ficar em espera. O atendimento obrigatório é de imediato, e as pessoas devem entender isso, ao observar a fita no pescoço deles. Antes, era só transtorno por causa das crises em público, e que está no local, julgando a criança dando birra ou sendo deseducada”, disse.