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Ana Castela, a mais ouvida do país

1 de dezembro de 2023

Entre os artistas mais ouvidos no Brasil, estão Ana Castela, Henrique & Juliano e MC Ryan SP./ Foto: Divulgação.

MÚSICA

Na última quarta-feira, 29 de novembro, o Spotify apresentou o Wrapped, sua tradicional retrospectiva de final de ano. Além de mostrar os artistas mais ouvidos para cada usuário, o streaming revela o que foi mais ouvido no Brasil e entre as mais de 574 milhões de pessoas no mundo.

O sertanejo dominou o ranking brasileiro em 2023. Na lista dos artistas mais ouvidos, a líder foi a cantora Ana Castela que, segundo o Spotify, também foi a 93ª artista no ranking global. Marília Mendonça, que morreu em 2021, também está entre os 5 nomes mais escutados do Brasil.

Artistas mais ouvidos no Spotify Brasil em 2023, pela ordem de audiência, Ana Castela, Henrique & Juliano, MC Ryan SP, Marília Mendonça, Jorge & Mateus. As músicas mais ouvidas no Spotify Brasil em 2023: Nosso Quadro – Ana Castela; Leão – Marília Mendonça; Erro Gostoso – Simone Mendes; Bombonzinho – Israel & Rodolffo e Ana Castela; Seu Brilho Sumiu – Israel & Rodolffo e Mari Fernandez. Os álbuns mais ouvidos no Spotify Brasil em 2023: Escolhas, Vol. 2 – Zé Neto & Cristiano; Let’s Bora, Vol. 2 – Israel & Rodolffo; Dos Prédios Deluxe – Veigh; Manifesto Musical – Henrique & Juliano (álbum mais escutado na Retrospectiva Spotify 2022); Dos Prédios – Veigh.

Ainda na lista do Spotify, os gêneros musicais mais escutados no Spotify Brasil em 2023, pela ordem: Sertanejo, Arrocha, Pop, Funk, Trap brasileiro.

Já o ranking global foi dominado por Taylor Swift, que relançou dois de seus principais discos neste ano, além de conduzir uma turnê (de arrecadação bilionária) que retoma todos os seus álbuns. O porto-riquenho Bad Bunny, que liderou no último ano, ficou em segundo lugar. Seu álbum mais recente, “Un Verano Sin Ti” (2022), é pela segunda vez consecutiva o mais ouvido no Spotify global.

Uma novidade, que reforça o sucesso dos artistas latinos na música pop global, é a presença do mexicano Peso Pluma no top 5.

Explosão

Ana Costela marcou a cultura pop do Brasil no ano passado. Uma cantora adolescente, então desconhecida, do Mato Grosso do Sul, apareceu de chapéu, bota e fivela, se autodenomina “boiadeira” e, sob uma batida eletrônica, de funk, dava um grito abusado que lembra os de Anitta: “Se prepaaaara”.

Ana Castela foi a ponteira da comitiva do “agronejo”, que defendia em sua estética e em suas letras, com clareza e orgulho, o agronegócio brasileiro. O discurso amargo de Zé Neto, zombando do povo da cidade que acha que o leite vem da caixinha e nem sabe o que é “calçar uma botina e entrar num curral” está todo nas músicas deles, mas de uma forma positiva e bem-humorada.

Ana Castela surgiu ali como uma figura que encarnava, ao mesmo tempo, Zé Neto e Anitta. O orgulho do agro, do sertanejo “raiz”, o som vibrante e o atrevimento do funk, a esperteza das redes sociais: a figura de Ana Castela cavalgou sobre essa tensão, implodiu um muro em que o mercado e os fãs estavam batendo a cara.