Carlos Renato
PASSOS – Os alunos Ana Clara Marques Caldeira, Nickolas Miguel Sepini, Matheus Bernardes Silva, Rafaela Martins Garcia Silva, Renan do Livramento Garcia e Vitor Gabriel Olímpio da Silva, do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Nazle Jabur, desenvolvem um projeto para o ensino da Geografia que utiliza realidade aumentada e visual dentro uma caixa de areia.
Segundo o professor da disciplina, Hugo Henrique Cristiano, a realidade virtual permite a imersão dos estudantes no mundo digital, enquanto a realidade aumentada combina o virtual com o real, possibilitando que o usuário perceba objetos virtuais no contexto real, por meio de dispositivos eletrônicos.
“O objetivo do projeto é demonstrar como essas novas tecnologias podem enriquecer o aprendizado, tornando conceitos geográficos abstratos mais tangíveis e compreensíveis por meio da imersão e interação”, aponta.
De acordo com o professor, a ideia do projeto surgiu para integrar essas novas tecnologias ao ensino básico e para equipar o laboratório multidisciplinar inaugurado pela escola neste ano.
“Muitas vezes, encaramos as tecnologias como inimigas, pois podem causar distrações nos alunos, especialmente com o uso do celular e das redes sociais em sala,
sem um propósito pedagógico. Mas o projeto busca desconstruir essa imagem e desmistificar o uso das tecnologias na educação”, disse.
Segundo o professor de Geografia, a caixa de areia de realidade aumentada é um projeto original do professor Oliver Kreylos, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade da Califórnia Davis (UC Davis).
“Basicamente, a caixa é equipada com um sensor de movimento, um projetor e um computador. À medida que o usuário manipula e modifica a areia na caixa, o projetor representa as formas a partir de um mapa hipsométrico (que representa altitude por curvas de nível), simulando o relevo terrestre”, explica.
“Com a caixa, é possível realizar diversas representações de relevo, como planaltos, planícies, montanhas, depressões, bacias hidrográficas, cordilheiras e ilhas, além de simular fenômenos como chuvas, enchentes, inundações, rompimentos de barragens e cabeças d’água, que são recorrentes na nossa região”, afirma.
Segundo Hugo, a ideia de usar óculos de realidade virtual foi proposta pelo aluno Matheus Bernardes Silva, como forma de ilustrar, por meio de imagens em 360°, as formas e fenômenos simulados na caixa de areia de realidade aumentada.
“Os alunos participaram ativamente de todo o processo: desde o planejamento, montagem, instalação do software e calibragem dos equipamentos, até o planejamento das simulações e a execução das aulas com as turmas. Essa participação ativa desenvolve habilidades críticas e criativas, essenciais para o sucesso acadêmico e profissional dos estudantes”, destaca.
A previsão do professor é levar o projeto para as outras escolas do município. “A ideia é compartilhar nosso conhecimento com toda a rede de ensino pública e privada de Passos. Recebemos alguns convites para expor nosso projeto, como o da professora Fernanda Hurbath Pita Brandão, coordenadora do Centro de Ciências (CDC) da Uemg, e o convite do professor Luiz Otávio Moras Filho, coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Uemg, que nos convidou para auxiliar seus alunos na construção desse estudo”, ressaltou o professor, que leciona no Nazle Jabur desde 2018.