ESDRAS AZARIAS DE CAMPOS
Não é do meu costume e até evito utilizar deste espaço democrático que é a “Coluna Opinião”, da Folha da Manhã, para replicar textos aqui publicados e confesso que é a primeira vez que o faço. E o faço em razão do artigo aqui publicado em 24/05/24, com assinatura do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Este, um deputado que consegue ser notório muito mais como divulgador de fake news ou criador de falsas polêmicas políticas do que pelos seus mais de dois milhões de votos recebidos dos mineiros, que infelizmente, o fizeram deputado federal. Fatos estes comprovados por suas inúmeras polêmicas provocadas desde sua atuação na tribuna da Câmara Federal, como também pelas redes sociais e na mídia nacional. Digo isso porque Nikolas Ferreira é um desses cidadãos brasileiros que ascenderam rapidamente no mundo da política através das redes sociais com mensagens de ódio mescladas a polêmicas políticas até com uso de mensagens evangélicas. Como se sabe, evangelho com política de ódio não rima. Mas o Nikolas não se preocupa com isso! Sua trajetória política começou como vereador eleito em Belo Horizonte em 2020 e em 2022 eleito deputado federal. Não vou aqui dissecar sobre todo o longo texto com assinatura deste deputado, até porque é o que ele mais gosta e quer. Pois que faz o tipo do “falem mal, mas falem de mim”! Vou me ater ao título e a um parágrafo do texto em questão.
O texto já começa polemizando ao afirmar: “Na prática, a esquerda infelizmente transformou uma tragédia em ações de marketing e propaganda política”. Leia nas entrelinhas que o deputado faz exatamente o que pretende criticar, ou seja, buscou o tema da tragédia gaúcha para também e aí sim, fazer propaganda subliminar em proveito dele próprio e da sua turma da extrema direita. Pois ao introduzir a esquerda no malfadado texto provocou todas as esquerdas! Uma tática com único objetivo para polemizar, como é do feitio desse deputado useiro e vezeiro de polêmicas inúteis para se manter sempre em evidência!
Na verdade, o deputado Nikolas tenta mandar uma indireta para o Presidente Lula. E neste caso sua argumentação caiu no vazio, porque é impossível a um político no exercício da presidência da República praticar qualquer ato público que não venha se transformar em uma ação política e, portanto, se torna notícia e assunto amplamente divulgado nacionalmente. É claro que todos os presidentes da República, independentemente de ser intencional ou não, seja ele, de direita ou esquerda, quando agem na condução do cargo tudo que fazem acaba a um só propósito. Que é a de ampliar suas próprias projeções e do seus partidos políticos visando forças para futuros embates eleitorais. Enfim, Nikolas, jovem e neófito político mineiro, em sua primeira (e última? investida nacional, não aprendeu ainda como se faz ou como se deve fazer política de alto nível. Tenho minhas dúvidas de que aprenderá pelo seu “modus operandi” atual.
Quero crer que o deputado Nikolas com o artigo de sua assinatura sobre a tragédia no RS, usou a tática de atacar o governo Lula como forma de desvio de foco. Até porque da primeira à última frase do texto dá para perceber nas entrelinhas, que o autor está mais incomodado com a eficaz e proativa ajuda do Governo Federal. Nikolas se esforça para não ver a realidade para enxergar somente falhas. Também incomodado com a participação do Presidente Lula em suas reiteradas idas ao Estado do RS, a oferecer efetiva ajuda e apresentar planos de recuperação das catástrofes com verbas bilionárias disponíveis. O autor do aludido texto demonstra incômodo maior com o magnânimo papel do Governo Federal do que com a tragédia gaúcha em si. Afinal, quando se trata de causas humanitárias essa gente da extrema direita faz ouvido de mercador!
E para terminar, eis a minha opinião sobre o deputado Nikolas Ferreira. Um político que não foge ao estereótipo de seu chefe maior, Jair Bolsonaro, pois ambos falam muito e na prática nada fazem, senão divulgarem que “fake news não é crime” daí usar de falsas polêmicas para agredir e ameaçar adversários políticos ou quem não reza pelos seus ideários fascistóides.
ESDRAS AZARIAS DE CAMPOS é Professor de História