Opinião

A vida é assim mesmo

27 de julho de 2024

Foto: Reprodução

No jogo de xadrez para analisar a vida saem na frente quem mais perdeu do que ganhou. A derrota é uma lição difícil, porém uma enciclopédia de ensinamentos.

Seu aprendizado é da altura do céu. Têm dias de firmamentos estrelados e têm dias de nuvens escuras. Aproveitar a claridade proporcionada pelos astros tornará visível o tesouro valioso dos momentos gratificantes. Enxergar dentro das nuvens escuras as soluções nos faz flutuar serenamente na certeza que ela irá dispersar.

Na vida não tem a palavra definitivo. Suas partes são variáveis. Mas existe ser humano que procura permanecer no restrito círculo de sua atrocidade íntima. É incapaz de libertar deste labirinto. Fixa como raiz em terra firme. Desprotegido da sutileza vivencial enfrenta o mar sem proteção contra as possíveis tempestades. Escuta os trovões sem preparar a cobertura capaz de amenizar os naturais enfurecimentos provocados pela ebulição existencial.

Em nossa dialética vivencial proporcionado pelo contrário é sintetizado pelo lucro na contabilidade final.

Viver é perceber que as cinco horas da manhã os primeiros ônibus metropolitanos começam a trafegar carregando os homens anestesiados e acordando a cidade para mais um dia de labuta. Mas em compensação existe a doce volta para o lar de quem soube transformar adversidades em vitórias.

Se os dias são dos generais existenciais daqueles domina a racionalidade as noites são de todos. E nesta parte noturna devemos arquitetar as estratégias diurnas com a voracidade de um touro partindo em direção ao toureiro. E nesta arena animal domar nosso íntimo dos impulsos arrasadores provenientes de nossas inquietações vivenciais.

Compreender que o novo dia é original e bem fresquinho que nos enriquece com a fortuna do otimismo. Amanhecemos sem saber do conteúdo do dia novo. E sua a incerteza nos dá certeza do que deve prevalecer sempre é a vontade de vencer.

Se um dia atingimos o alvo outro não, não importa. O importante é termos balas todos os dias. E sua fabricação está armazenada em nosso próprio íntimo. E o treinamento rotineiro nos tornará peritos verdadeiros.

Para mim a vida é uma corrida sem ponto final e sem bandeiradas. De horizonte inatingível. Cabe a nós aproximarmos deste horizonte sem nunca chegar. Os parasitários vão perder a magia da existência e nós que caminhamos sem fim teremos sempre a sensação do que inatingível está ao nosso alcance.

E esta sensação nos levará a nossa vitória íntima e que a busca do inatingível nos indicará a que atingiremos a distâncias quilométricas, justificando a razão de ter nascido.

Juarez Alvarenga – Coqueiral/MG