Notícias vindas do Sul revelam a persistência da terceirização, encontrada desde os primórdios do Direito do trabalho no Brasil; sofisticaram-na, mas ainda se apresenta em formas mais toscas. Parece que até hoje ainda se adota o “truck system”, procedimento que consiste no fornecimento de víveres para os trabalhadores, que se tornam devedores do “gato”, um dos muitos nomes dos atravessadores de mão de obra. Com débitos, os obreiros restam presos ao “gato”, sem a opção de se desligarem da relação. No caso do Sul, trouxeram trabalhadores da longínqua Bahia, com um altíssimo custo de logística. Qual o dispêndio com locação dos ônibus, com combustível, com alimentação, com pousada no intermédio da viagem? Tudo isso sem se falar nas despesas com manutenção dos trabalhadores no local de trabalho. Adivinhem – uma viagem no tempo, à época da escravatura, para quem acertar – quem arca com os ônus dessa primitiva terceirização? É obvio que tais despesas entram na contabilidade dos ganhos do atravessador e, consequentemente, do tomador dos serviços. A única explicação para não tornar antieconômico o expediente é o baixíssimo custo da mão de obra, fato de fácil percepção pelas respeitáveis empresas que contratam o “ gato”. Será que não existem desempregados em Bento Gonçalves, ou mesmo nas proximidades? Mas o salário é alto! A vil terceirização, por incrível que pareça, ainda subsiste no nosso Brasil.
Raul Moreira Pinto – Passos/MG
Rui Barbosa
Cem anos sem Rui Barbosa. Ao ler o artigo do presidente do senado, Rodrigo Pacheco enaltecendo esse brasileiro que tanto nos orgulhou, e ver como se comportam os homens públicos hoje, onde os valores que contam são dinheiro, poder e interesses certamente, a “Águia de Haia” se virou no caixão, pois seu legado, não parece ter ensinado nada aos políticos atuais.
Se vivo estivesse estaria, de costas a essa casa. Estamos carentes de homens probos.
Izabel Avallone – São Paulo/SP