Opinião

A importância do voto 

7 de outubro de 2024

FOTO: REPRODUÇÃO

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho

Na reta de chegada das eleições municipais, um ponto importante merece o cuidado e a atenção dos eleitores: em quem votar para prefeito e vereadores? Eis a questão. Não se trata, única e exclusivamente, de ir às urnas eletrônicas e registrar o nome dos candidatos ou, até mesmo, de votar em branco ou anular o voto. A verdade é que se aumenta a expectativa de mudanças no cenário político do país para os próximos quatro anos. Pelo menos é assim que temos de pensar.

Ao votar neste ou naquele candidato, que o leitor tome conhecimento de que se está concedendo uma procuração com amplos poderes aos postulantes aos cargos eletivos. É isso mesmo. Uma espécie de procuração em branco para os concorrentes a prefeito e vereadores. A partir de então, com o aval dos eleitores, serão seus representantes aos cargos destinados, do que deriva a importância do voto. Após a contabilização dos votos, os respectivos mandatos. É assim que funciona.

Votar não é um ato ou procedimento qualquer.  Há quem não ligue a mínima para as eleições. Põe-se a falar um monte de frases irrefletidas. Como o de que todo candidato é isso e aquilo. Que todos estão lá com o mesmo propósito e objetivo [em respeito ao espaço, omite-se o verbo, todos sabem qual é]. A verdade é que não é por aí, ou, noutro prisma, não deve ser por aí.

Senão, vejamos: a começar pela fila do SUS que a gente não deseja e quer, porque precisamos de cuidados médicos “para ontem”; os serviços de saúde municipais afins; as creches, pré-escolas, incluso o ensino fundamental; a merenda escolar de boa qualidade para as nossas crianças, de grande importância para o seu crescimento e saúde; a ponte que precisa ser feita ou reconstruída, entra prefeito, sai prefeito e nada de ponte ou conserto; a limpeza e cuidados de nossas ruas, praças, calçadas; estradas rurais, as quais delas precisamos em perfeitas condições de uso; assistência social a envolver jovens, adultos e, muito especialmente, as crianças e idosos. Entre tantas outras coisas. Precisamos de um prefeito e um legislativo atuantes!

Um prefeito, acima de tudo, tem de ser um gestor de grande talento para administrar sua cidade, já que muitos dos problemas que afetam diretamente sua gente precisam de respostas ágeis e eficazes. Em livre tradução prosaica, está em suas mãos a responsabilidade de cuidar de uma cidade que abriga pessoas que sonham e querem continuar sonhando com dias cada vez melhores.

Nisso reside o comprometimento em saber escolher os representantes políticos de uma cidade e município. Nunca votar apenas pelo grau de parentesco ou amizade, ou porque lhes deve favor. Jamais. É preciso votar com consciência e precisão. A soberania popular deve ser exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto. Por acaso existe dispositivo e instrumento mais genuíno e mais eficaz para operar mudanças políticas e sociais do que o voto? Em absoluto, não. Votar, assim, com correção, visando à correção de rumos é fundamental!

No que diz respeito às câmaras de vereadores, entre legislar e vigiar, compete a fiscalização financeira e orçamentária do município, sobretudo, quanto à fiscalização do cumprimento das metas definidas pelo Plano Plurianual e Programas de Governo, bem como a verificação da legalidade dos atos praticados pela administração pública municipal. Também não se pode perder de vista a principal função do Poder Legislativo Municipal, formado pelos vereadores, que é o de legislar, isto é, fazer as leis do município. E não para aí. Um vereador de elevada estatura – não os que a gente vê por aí a fazer conchavos – é um agente político que, numa expressão positiva, toma a forma de um guardião da sociedade.

Quando nos deparamos com rifas de caráter beneficente para levantamento de algum, para aquisição de medicamentos caros ou para fim de tratamento de doenças delicadas, logo se pensa num vereador. Por que não se busca ajuda junto a um vereador da cidade? Um elo, uma ponte! A resposta vem sempre contextual: os candidatos só aparecem em períodos eleitorais, para distribuir santinhos, pegar criancinhas no colo e tomar cafés em canequinhas de massa de tomate. Assim não, né?

Na iminência de conhecer os futuros representantes políticos, prefeito e vereadores, que os princípios democráticos se firmem e se norteiem na convicção de que é possível, sim, determinar o futuro de cada cidade deste nosso Brasil. De larga sabença, nós não moramos no estado, moramos na cidade. Daí os votos de que tenhamos bons quadros políticos para compor os anseios democráticos e solidificar o direito de cidadania, mais especificamente, com base no respeito, consciência e seriedade.

No próximo pleito, que os eleitores de cada cidade se dirijam às zonas e seções eleitorais e votem de maneira consciente, depositando confiança em candidatos dignos e honestos, pois, de suas escolhas dependerá o futuro de cada cidade e da nação.

Luiz Gonzaga Fenelon Negrinho, advogado, escreve aos domingos nesta coluna. (luizgfnegrinho@gmail.com)