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Câmara de Paraíso faz audiência pública sobre autismo

17 de março de 2025

Audiência reuniu profissionais da saúde e educação, representantes de instituições, famílias e da sociedade civil, que compartilharam experiências e desafios na luta pela inclusão e atendimento adequado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) / Foto: Divulgação

Roberto Nogueira

S. S. PARAÍSO – Um amplo debate em torno do tema autismo ocorreu na noite de quinta-feira,12, no plenário da Câmara de São Sebastião do Paraíso, durante a realização de uma audiência pública.

O encontro teve a participação de autoridades, lideranças, profissionais da saúde e educação, representantes de instituições, famílias e membros da sociedade civil, que compartilharam suas experiências e desafios na luta pela inclusão e atendimento adequado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ao final do evento foram apresentadas e encaminhadas propostas para a melhoria do atendimento do setor no município.

A proposição da audiência foi feita pelo vereador Juliano Carlos Reis (Biju) que chamou a atenção sobre as dificuldades e desafios das várias famílias atípicas. “O importante aqui hoje é a gente mais ouvir do que falar, pois, estas famílias sofrem muito preconceito e discriminação. Precisamos ser acolhedores, agirmos com amor, pois, diagnóstico não é destino”, opina.

A reunião teve a presença dos vereadores, prefeito Marcelo Morais e secretários de governo. Também participou da audiência o vice-prefeito de Santa Cruza das Palmeiras (SP), Plinio Luiz. Ainda marcaram presença representantes de órgãos como a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), da Associação Municipal do Autista (AMA), além de integrantes de outras instituições. Morais elogiou o trabalho realizado pelas entidades locais e reforçou a necessidade de haver mais apoio e investimento para atender ao setor. Ele propôs investir R$ 1,5 milhão caso algum parlamentar, ajude com a mesma quantia.

Depoimentos

Durante a audiência foram ouvidos diversos depoimentos, principalmente das mães atípicas. Elas relataram as dificuldades diárias em conseguir diagnóstico, acesso a terapias, suporte escolar e auxílio financeiro. Naiara Aparecida de Oliveira ressaltou a luta contra o preconceito. “Nossos filhos não têm que abraçar a sociedade, a sociedade é que precisa abraçá-los”, disse emocionada. Outra mãe, Gisele Fernanda Cassemiro de Oliveira, de Santa Cruz das Palmeiras, compartilhou sua experiência de luta por direitos. “Criei o grupo Luta Diária e consegui apoio do poder público para implementar um vice-professor de autistas na rede municipal. Essa causa precisa ser abraçada por todos”.

Dentro do evento ainda foi feita a leitura da Carta pelo Direito à inclusão. O documento foi encaminhado foi encaminhado oficialmente aos vereadores para que as reivindicações sejam analisadas e consideradas em futuras ações legislativas voltadas à causa. Vários foram os questionamentos realizados em relação a realidade das famílias e prol da busca de soluções. A burocracia para se obter o Benefício da Prestação Continuada (BPC) concedido pelo governo foi alvo de muitas críticas, bem como as dificuldades para obtenção de laudos através do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Ao final da audiência foram feitos alguns encaminhamentos e propostas. Entre elas está a ampliação do número de monitores escolares especializados, redução da fila de espera para atendimento multidisciplinar, criação de uma rede de apoio psicológico para as famílias. Também foi reivindicado e apontada a necessidade de melhor divulgação e fiscalização das leis de inclusão; além da busca de recursos estaduais e federais para ampliação dos serviços.