13 de fevereiro de 2025
Procedimentos foram realizados pela comissão, formada por 11 profissionais da saúde atuantes no hospital em Passos / Foto: Reprodução
Carlos Renato
PASSOS – A Santa Casa de Misericórdia de Passos realizou 176 captações de órgãos em 2024, sendo 78 de rins, 19 de fígados, 14 de corações e 65 de córneas.
Segundo o hospital, os procedimentos foram feitos pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes
da Santa Casa, que tem a finalidade de organizar, no âmbito da instituição, rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes.
Em 2024, a comissão em Passos é formada por um coordenador técnico, quatro assistentes sociais, dois enfermeiros, dois psicólogos, um fisioterapeuta e um nutricionista.
Segundo dados do infográfico da comissão em relação ao número de transplantes renais, no ano passado foram feitos 48 procedimentos dessa natureza, sendo 26 de doadores que faleceram em Passos e 22 provenientes de doações ocorridas em outras regiões, o que evidencia o papel do hospital na execução desse procedimento.
A comissão aponta ainda que a Santa Casa de Passos responde por 52% do total de doadores viáveis na região Sul do estado em 2024, com 26 pessoas em um universo de 50 doadores. Em 2023, o hospital teve 19 pessoas aptas para doação e ocupava 36,5% do total da região com 52 doadores viáveis.
Aceitação
A comissão destaca ainda que houve um aumento na aceitação das famílias para a doação de múltiplos órgãos em Passos, passando de 78% em 2023 para 85% em 2024.
Segundo a comissão, a Santa Casa de Passos teve 48 mortes encefálicas em 2023, com 19 doações autorizadas pelos familiares e 23 recusas. No ano passado, foram 38 mortes encefálicas e 28 doações foram aceitas pela família e apenas cinco recusadas.
A comissão aponta ainda que a MG Transplantes recusou uma doação no ano retrasado. Em 2024 foram três recusas. Além disso, houve seis mortes encefálicas em Passos que tiveram “finalidade diagnóstica” em 2023, quando não foi possível utilizar os órgãos, no ano passado foram cinco casos.
Santa Casa faz nova captação de coração, fígado e rins na última segunda
A Santa Casa de Passos informou que na última segunda-feira, 10, foi realizada a primeira captação de múltiplos órgãos no ano de 2025. “Durante o transplante foram captados coração, fígado e rins, que permitiu oferecer novas chances de tratamento a diversos pacientes”, destaca.
Segundo a Santa Casa, a captação reforça o compromisso da instituição com esse tipo de doação e informou o destino dos órgãos. “O coração e o fígado foram transportados para Belo Horizonte, enquanto os dois rins foram transplantados em pacientes que fazem tratamento em Passos, beneficiando receptores da própria região”, afirma.
A Santa Casa ressalta que a primeira captação de órgãos de 2025 marca o início de mais um ano de dedicação da instituição na área de transplantes, destacando a importância da conscientização sobre a doação. “A Santa Casa de Passos segue empenhada em transformar solidariedade em novas oportunidades de vida”, completa.
Doação
A doação de órgãos e sua destinação para transplante é coordenada em Minas Gerais pelo MG Transplantes, que é responsável pela captação e distribuição de órgãos em todo o estado, por meio da central estadual de transplantes (CET).
Segundo informações do MG Transplantes, há três tipos de doadores: o doador em morte encefálica, o doador vivo e o doador de coração parado. “O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Por lei, podem ser cônjuges e parentes até o quarto grau”.
“Os doadores vivos podem doar um dos rins, a medula óssea, uma parte do fígado e uma parte do pulmão. O potencial doador vivo deve ser encaminhado a um centro transplantador, para que se verifique as possibilidades do transplante”, informa.
Conforme destaca do MG Transplantes, já a retirada de tecidos e órgãos de doador falecido para transplantes depende da autorização do cônjuge ou parentes até o segundo grau, que são consultados após o diagnóstico de morte encefálica (parada total e irreversível do cérebro, atestado por diversos exames).
“É importante comunicar à família o desejo de ser doador, não é necessário deixar nada por escrito. Podem ser doados os seguintes órgãos e tecidos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, intestinos, pele e tecidos musculoesqueléticos”, frisa.
O MG Transplantes ressalta ainda que quando o paciente está em quadro de morte encefálica, podem ser retirados todos os órgãos passíveis de doação. “Com o coração parado é possível doar apenas as córneas, que podem ser retiradas num prazo de até seis horas”.
Segundo a instituição, para entrar na lista de receptores de órgãos e transplante é preciso ser encaminhado por um médico para um dos centros transplantadores. “O paciente é submetido a vários exames, que variam conforme o caso clínico, para que seja comprovada a necessidade do transplante”.
“Para a realização do transplante, há uma lista única do estado de Minas Gerais, sob a responsabilidade do MG Transplantes, em que são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho do órgão e do paciente), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, entre outros critérios”, destaca.
Caso deseje tirar dúvidas sobre a doação de órgãos, ligue telefone 0800-2837183 ou visitar a página www.saude.mg.gov.br/doeorgaos.
Hospital reforça a importância da doação de órgãos na região, destacando os trabalhos de captação e transplante feitos na instituição / Foto: Reprodução