8 de novembro de 2024
MISSÃO VAI PERCORRER REGIÕES PRODUTORAS DE QUEIJO MINAS ARTESANAL EM APOIO AO RECONHECIMENTO DO PRODUTO COMO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE PELA UNESCO / Foto: Divulgação
ARAXÁ – A KombiQueijo vai passar por São Roque de Minas neste sábado, 9, em busca do reconhecimento do Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A jornada em busca da chancela da Unesco começou nesta quinta-feira, 7, em Araxá e vai percorrer dez regiões produtoras de queijo mineiro, a bordo de uma Kombi, que levará um queijo de mais de quatro quilos, entre os dias 7 e 18.
Organizada por Maricell Hussein, integrante da Comissão para a Promoção da Candidatura, a missão é tanto uma celebração quanto um ato simbólico de união dos mineiros em torno desse movimento que busca o reconhecimento deste símbolo de Minas Gerais no cenário mundial.
“A missão não é apenas uma viagem, é um evento cultural em movimento. Vamos mostrar que todos estão focados e unidos em prol dessa causa”, afirma Maricell.
Segundo os organizadores, a comitiva será recebida com festa por prefeituras, associações e produtores ao longo do caminho. “O percurso também poderá ser acompanhado por todos os entusiastas. A KombiQueijo tem um QR Code e poderá ser rastreada em tempo real, permitindo ao público acompanhar cada parada e as celebrações ao longo do caminho”, disse Maricell.
A partir de Araxá, o grupo segue para as regiões produtoras do Triângulo Mineiro, Cerrado, Serra do Salitre e Canastra. A aventura, então, ganha outros ares nas regiões de Serras da Ibitipoca, Campo das Vertentes e Diamantina, passando pelo Serro e Entre Serras da Piedade ao Caraça.
Antes da conclusão da jornada, a KombiQueijo faz uma parada em Belo Horizonte, onde o queijo será exibido e recebido no Mercado Central. A previsão é que o retorno a Araxá ocorra até o dia 18 de novembro. Serão quase três mil quilômetros percorridos.
Mapa de Minas
A cada cidade visitada, um pedaço de um mapa das regiões produtoras será entregue, formando, ao final, um grande quebra-cabeça simbólico. Este mapa será reunido na ExpoQueijo Brasil 2025 – Araxá International Cheese Awards, evento considerado como o maior concurso de queijos das Américas.
“Estamos muito confiantes que a Unesco vai, sim, reconhecer, no dia cinco de dezembro no Paraguai, nosso modo de fazer o QMA. Esperamos celebrar na ExpoQueijo essa conquista, montando esse quebra-cabeça em um pedestal e unindo esse mapa com todas as regiões. É a hora de projetarmos a cultura do queijo mineiro para o mundo”, destaca Maricell Hussein.
Candidatura
A candidatura do Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal teve início em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, com o apoio do Governo de Minas Gerais, Secult-MG, Iphan e Iepha-MG.
Desde então, diversas ações foram realizadas para fortalecer a candidatura, incluindo uma missão internacional ao Marrocos em 2022, onde foram distribuídos materiais promocionais e promovida uma degustação de queijos mineiros para sensibilizar delegados internacionais.
Em março de 2023, o Iepha-MG formalizou a candidatura junto ao Iphan, que encaminhou a documentação à Unesco. O processo de análise pela Unesco é rigoroso e inclui uma avaliação da relevância cultural do Queijo Minas Artesanal e sua salvaguarda por órgãos brasileiros. Durante o ciclo de candidatura, diversas ações de promoção foram realizadas para destacar a importância dessa tradição centenária e engajar tanto a sociedade quanto os delegados internacionais.
QMA
O Queijo Minas Artesanal (QMA) representa um marco da produção artesanal de Minas Gerais. Famoso por ser feito a partir de leite de vaca cru e por manter métodos tradicionais em pequenas propriedades rurais, a iguaria é fonte de renda para milhares de pessoas no estado.
Atualmente, são reconhecidas 10 microrregiões produtoras: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serras da Ibitipoca, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro. Somente produtores dessas regiões têm autorização para usar o nome da localidade na rotulagem, conforme o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
O produto é regulamentado pela Lei Estadual nº 23.157, de 18 de dezembro de 2018, que define o Queijo Minas Artesanal como o queijo produzido em conformidade com a tradição cultural e histórica de cada região. O processo deve seguir normas específicas, incluindo o uso de leite integral fresco e cru da própria propriedade, sem adição de conservantes ou corantes, resultando em uma massa uniforme e com sabor característico.
Roteiro da KombiQueijo
Dia 7 – Saída de Araxá (Região de Araxá) – Uberlândia (Triângulo Mineiro)
Dia 8 – Abadia dos Dourados (Cerrado) – Serra do Salitre (Serra do Salitre)
Dia 9 – São Roque de Minas (Canastra)
Dia 11 – Lima Duarte (Serras da Ibitipoca)
Dia 12 – Tiradentes (Campo das Vertentes)
Dia 13 – Diamantina (Diamantina)
Dia 14 – Serro (Serro)
Dia 15 – Santuário do Caraça, Catas Altas (Entre Serras da Piedade ao Caraça)
Dia 16 – Santuário Nossa Senhora da Piedade, Caeté (Entre Serras da Piedade ao Caraça)
Dia 17 – Belo Horizonte
Dia 18 – Retorno para Araxá (Região de Araxá)