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Caminhada das Almas começa nesta sexta-feira em Delfinópolis

31 de outubro de 2024

Ponto alto do evento acontece no dia 15, no Cemitério do Tatu, que fica na região do Vale da Gurita / Foto: Reprodução

Ézio Santos

DELFINÓPOLIS – O grupo ‘Folia das Almas’ e o projeto ‘Caminho de Anchieta da Canastra’ iniciam nesta sexta-feira, 1º de novembro, a 9ª edição da Caminhada Ecológica das Almas, que acontece no Vale da Gurita, zona rural de Delfinópolis, considerada um dos eventos folclórico-religioso mais tradicionais da região.

Segundo o coordenador da caminhada Edson das Neves, a edição deste ano deve sofrer alterações no cronograma da programação, por conta da situação da estrada que dá acesso à Capela de Itajuí após o período chuvoso.

“Denominada de Rota Religiosa da Folia das Almas, as celebrações começam nesta sexta-feira, às 17h, com a reza do terço, na Capelinha das Almas, localizada no Cemitério Municipal, onde foca nos mistérios gozosos do Rosário”.

Conforme destaca o coordenador, o principal rito da caminhada, que tem como principal objetivo é orar pelas almas dos antepassados dos moradores centenários do Vale da Gurita, marcado para o dia 15 de novembro.

“Um grupo de pessoas da cidade serão levados de ônibus por 23 quilômetros de estrada até a Capela da Itajuí, sagrada à Nossa Senhora das Graças, padroeira do Vale da Gurita. De lá, serão mais dois quilômetros de viagem, com destino ao Cemitério do Tatu, bem histórico-cultural, que neste ano foi tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, como Conjunto Paisagístico”, aponta.

Segundo Edosn, no local, cercado por muro de pedra, teria sido enterrados em covas rasas, há mais de 100 anos, os moradores que viviam na região.

“O que definiu a identidade daquele local foi as proezas do tatus que desterravam os corpos dos entes queridos sepultados durante as epidemias que assolaram grande parte dos povos tradicionais canastreiros. Hoje, há algumas lápides e uma enorme cruz de madeira, conhecida por Cruzeiro das Almas e consagrada por São Sebastião” ressalta o coordenador.

Segundo Edson, ao chegarmos no cemitério todos rezam o Pai Nosso e três Ave-Maria, seguida de uma breve jaculatória cantada. “Na sequência retornamos para a Capela do Itajuí para rezarmos o 2° Terço do Rosário  das Almas (Mistérios Dolorosos), encerrando com o Canto tradicional da Encomendação das Almas”.

“Após essa celebração o grupo se reúne no salão de festas da capela, onde é servido um lanche. Se o clima permitir, haverá ainda a visita ao Poço das Almas da Cachoeira do Ouro que possui três quedas de água cristalina. Depois voltamos para Delfinópolis”, conta.

Para o dia 27 de novembro, dia de Nossa Senhora das Graças e data do encerramento do evento, o coordenador reforça que as celebrações ainda estão indefinidas.

“Porém, no dia anterior, o padre Francisco Albertim Ferreira, será acolhido pela comunidade como pároco, substituindo Antônio Carlos Maia, que vai se aposentar. Ainda vou tentar com o novo padre, o regresso até a Capela de Itajuí para os ritos finais e a celebração da missa. Do contrário, deve acontecer na igreja do Divino Espírito Santo”, ressalta Edson.