10 de agosto de 2024
Foto: Reprodução
Bananas
Coincidência? Pode ser, mas que o nome Sávio é sinônimo de sucesso na bananicultura em Minas Gerais é algo a se pensar. Em Delfinópolis, o engenheiro agrônomo Sávio Marinho foi o responsável pela implantação da cultura no município que hoje é o segundo maior produtor da fruta no Estado.
No município de Nova União, o produtor Sávio Luís Soares Silva, 24 anos, e sua avó, Maria José Pinto, 82, estão escrevendo um novo capítulo na história da fazenda Monjolos. Buscando conhecimento técnico e implementando uma melhor gestão na propriedade, a dupla transformou a produção de banana em uma atividade rural mais organizada e sustentável.
A relação de Sávio com o campo vem de longa data. “Sou neto e filho de produtor rural. Meu avô foi um dos primeiros produtores rurais de banana na região e meu pai, por alguns anos, arrendou parte das terras”, conta orgulhoso. No entanto, o contato direto do jovem com o cultivo da fruta começou há pouco menos de quatro anos para arcar com os custos da graduação de Administração, e foi aí que ele vislumbrou uma oportunidade.
Matriculado e com pouca oferta de estágio na área, Sávio propôs ao seu pai, que estava com pouca disposição para os negócios, que repassasse a ele a plantação que havia sido arrendada e, assim, ele pudesse gerenciar e pagar as mensalidades da faculdade. Com a bênção da avó e toda a experiência do legado deixado por seu avô, Sávio tomou gosto pelo feito e, o que era apenas necessidade de obter renda, deu lugar para um novo sonho, o da sustentabilidade no campo.
Mais produtividade
Hoje, decisões importantes são tomadas em conjunto com Dona Maria e o técnico de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATG Fruticultura) do Sistema Faemg Senar que acompanha a família há dois anos, uma parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Taquaraçu de Minas.
Práticas nunca antes adotadas na fazenda foram implementadas, como a análise de solo e o manejo integrado de pragas. “Conciliando estudo e trabalho rural, e aplicando o que aprendia no curso e com o técnico, eu percebi a importância do produtor rural”, disse Sávio.
“Resolvi que era ali que eu queria investir”, reforçou, de olho nas anotações do “caderno do produtor rural” que apontam lucratividade acima de 20% para 2024 e aumento na produtividade de 40% em comparação com o mesmo período de produção antes do programa.
Números falam por si só
A banana é a fruta mais consumida no Brasil e um dos principais motores da economia. Em Minas Gerais, especialmente em Nova União, a produção é a principal fonte de renda para muitos agricultores. Na região, a área de plantio chega a 1.000 hectares. Além do potencial produtivo, a cidade conta ainda com o apoio da Associação dos Produtores Rurais de Nova União (Apranu), com oito câmaras para climatização, sendo o jovem produtor o atual presidente.
DENISE BUENO é jornalista especializada em agronegócio. E-mail: denisebueno.folha@gmail.com