Destaques Polícia

Fábrica de cigarros falsificados é desmantelada pela PF em Paraíso

11 de julho de 2024

PF ENCONTROU LINHA DE PRODUÇÃO DE CIGARROS FALSIFICADOS, CAMINHÕES, 50 TONELADAS DE TABACO, EMBALAGENS E CERCA DE 1.5 MILHÃO DE MAÇOS EM PARAÍSO / Foto: Reprodução

S. S. PARAÍSO – A Polícia Federal (PF) desmantelou uma fábrica clandestina de cigarros falsificados em São Sebastião do Paraíso que tinha capacidade de produção estimada em 250 mil maços por dia e que utilizava mão de obra análoga à escravidão, com vítimas trazidas do Paraguai.

Na manhã da última terça-feira, 50 agentes da PF e servidores da Receita Federal deflagraram a Operação Uncover (descobrir, em tradução livre) e apreenderam maquinário, 50 toneladas de tabaco, caminhões utilizados para o escoamento dos cigarros falsificados, insumos e cerca de 1,5 milhão de maços de cigarros. A operação foi realizada em Minas e no Paraná.

O objetivo da operação, segundo a PF, é reprimir a prática dos crimes de redução à condição análoga a escravos, contrabando e crime contra as relações de consumo.

A ação mobilizou cerca de 50 policiais federais, além de servidores da Receita Federal, no cumprimento de mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra (PR). No total, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nos estados de Minas Gerais e Paraná, além de ordem de sequestro de bens no valor de R$ 68 milhões.

Em Paraíso, além da linha de produção para fabricação dos cigarros, os criminosos também tinham uma gráfica para produzir as embalagens dos produtos falsificados. Segundo a PF, foram encontradas, no galão da fábrica, embalagens com os logotipos “Eight”, “Palermo”, “R7” e “San Marino”, marcas tradicionalmente vendidas no Paraguai e cuja importação é proibida por lei.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso arregimentava cidadãos paraguaios através de contatos no país vizinho, e trazia os trabalhadores ao Brasil para atuar em uma fábrica clandestina de cigarros situada em Paraíso.

As diligências apontaram que paraguaios adentravam em território nacional por via terrestre através da fronteira do Paraguai com o Paraná e eram conduzidos por integrantes do grupo até o local onde funcionava a operação.          Durante todo o período de produção, os trabalhadores permaneciam restritos às dependências da fábrica e sem comunicação com o exterior, além de dormir em alojamentos precários.

Estima-se que a capacidade de produção da planta industrial descoberta em Paraíso era de cerca de 250 mil maços de cigarro por dia. Na ação, foram apreendidos o maquinário da linha de produção, caminhões utilizados no transporte das mercadorias, 50 toneladas de tabaco in natura, insumos variados e mais de 1.500.000 maços de cigarros embalados para venda.

Na residência do principal investigado foram apreendidos veículos e R$ 59.6 mil em espécie.

A comercialização desse tipo de produto, além de gerar elevado prejuízo aos cofres da União e dos Estados, na medida em que não há recolhimento dos tributos devidos, acarreta risco à saúde pública, posto que a fabricação ocorre sem a licença dos órgãos de controle e sem fiscalização quanto ao atendimento de padrões mínimos de qualidade, informa a PF.

Foto: Reprodução