15 de maio de 2024
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Desastres x ideologias
No jornal de sábado passado, na seção “Opinião”, o articulista, indisfarçavelmente orientado por ideologias políticas, comenta os recentes desastres no RS, sem oferecer uma mínima contribuição para ajudar o povo dali. Ao contrário, no replicar notícias falsas, prejudica as doações (o raciocínio é simples: “não vou doar nada porque os bens ofertados não chegam aos necessitados”). Ao informar a interceptação de caminhões de bens doados, não explicita a razão – teria o fiscal autoridade para autorizar o transporte sem documentação fiscal ou com excesso de peso no veículo, sem cometer prevaricação? Qual o motivo da recusa do oferecimento de aviões pelo Uruguai? Não seriam questões de logística , falta de condições dos aeroportos? Qual a causa das mortes na UTI de Canoas? Afogados? Não se morre ali? Assim, ainda que fossem verdadeiras as narrativas do colunista, não passariam de meias-verdades, por não se informar a motivação dos supostos atos. E meias-verdades, como no caso do “copo meio cheio e copo meio vazio”, são “meias-mentiras”. Mas o disparate maior do colunista foi confessar abertamente que considera legítima a fake news; disse ele que “Sufocar a comunicação do cidadão, seja ela verdadeira ou falsa”, impediria às autoridades de verificarem a sua veracidade. O britânicos, na 2a. Guerra, levavam em cartazes a frase careless talk cost lives (palavras descuidadas custam vidas). Notícias falsas – muito mais do que descuidadas e, por natureza, desonestas – custam vidas. E, para coroar até o surrealismo dos absurdos – desculpem-me a redundância – vem o fato de que o articulista é gaúcho!
Raul Moreira Pinto – Passos/MG
A solução política do STF
Eu pensava que as leis existissem para serem cumpridas, e por todos. Agora, a bola da vez é a Lei das Estatais – uma das poucas benfeitorias de Michel Temer. Não tenho nada contra Jean Paul Prates nem contra Aloizio Mercadante, mas tenho, sim, contra as leis exclusivas, numa clara negociação do Supremo Tribunal Federal (STF) com o governo do tipo “vou abrir uma exceção só para você, o.k.?”. A lei deveria ter exceções ou conveniências? Claro que não! Enquanto o STF agir como governo neste país, não haverá justiça.
Jason Cesar de Souza Godinho – São Paulo/SP