13 de maio de 2024
Foto: Reprodução
Por LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO
Chegamos ao final do nosso assunto. Será? Acredito que o assunto seja bem longo e os psicólogos teriam muitos casos para narrar, resguardando nomes, é claro, pois é uma questão de ética e segredo profissional.
A psicóloga Cynthia Valério elaborou um “checklist” do consumo consciente, um rol de conselhos para as pessoas envolvidas com o problema. A palavra checar vem da língua inglesa e foi incorporada ao nosso idioma. Checklist é uma “ferramenta” para cumprir tarefas. Conhecido, também, como lista de verificação, uma lista para checagem. Utilizando tal técnica, a nossa psicóloga elaborou sete “conselhos” para as pessoas que estejam percebendo que estão se aproximando da área de risco para contrair os problemas causados pela oniomania. Se as pessoas perceberem que estão perdendo o controle nas suas compras e gastanças, devem procurar se prevenir imediatamente procurando informações sobre o caso e, principalmente, procurando ajuda de profissional.
O primeiro conselho é simples: planejar as compras. Planejar de forma consciente, racional, relacionando na lista apenas o que realmente necessita para si próprio e para sua família, em sua casa.
O segundo conselho: fazer relação do que precisa em uma lista, como já dissemos no primeiro conselho. A cada item relacionado, se possível, explicar os motivos da necessidade. Alguns itens que talvez possam trazer alguma dúvida da necessidade imediata, procurar não comprar imediatamente, esperar um pouco. Comprovada a necessidade, aí sim, adquirir o produto. Evita-se, assim, gastar sem precisar.
O terceiro conselho: precisando partir para as compras e sabendo da coceirinha que o dinheiro faz nas mãos, o ideal é se fazer acompanhar por um amigo de confiança ou alguém da família. Que essas pessoas não tenham o mesmo problema, é claro! Fazer-se acompanhar por alguém também sem controle é provocar uma tragédia em dobro.
O quarto conselho: a nossa vida é um leque de atividades. Elas são inúmeras, temos as esportivas, como caminhadas e jogos, leituras, teatro, cinema, cursos de aperfeiçoamento, clubes diversos. Enfim, tudo isso poderá servir como um lenitivo para desviar o ímpeto de comprar compulsivamente. Como, também, as pessoas têm o seu trabalho, seus meios de sobrevivência, elas devem usar isso para desviar seus pensamentos das “compras”. Quanto menos pensar em comprar, melhor será. Se uma pessoa trabalha naquilo que gosta, ela passa a vida sem trabalhar, o trabalho não é um castigo, é um prazer. Melhor ainda.
O quinto conselho: planejamento. A vida é um eterno planejar. Tudo na nossa vida carece de planejamento. Nada é perfeito? Claro, mas se não houver planejamento na nossa vida, pior será. O conselho da psicóloga é, na verdade, ter uma agenda na qual o ideal será anotar tudo que se precisa comprar, de forma racional. Avaliar tudo periodicamente, para se ter certeza de que o caminho está correto. Existe um caderno de anotações com o título de “Silva Rerum” (silva rérum), na língua latina. Silva é mata, selva. Rerum, significa ”das coisas”. Era, ou ainda é, um caderno para se anotar de tudo, de preferência por ordem cronológica. É trabalhoso? Sim, mas traz vantagens! Há, também, recomendação de até usar aplicativos de celular, para ajudar no controle das compras. Tem de saber usar!
O sexto conselho: Quando perceber que nem o celular está conseguindo ajudar, recomenda-se, então, desinstalar os aplicativos.
O sétimo conselho: novamente o planejamento. Sabemos que podemos sonhar dormindo e também acordados. Uma tática será, então, sonhar com uma realização futura que exigirá a pessoa fazer economia. Uma viagem, um veículo, uma casa, enfim, algo que a pessoa pretende ter e ainda não conseguiu. Ela terá de fazer economia para juntar os recursos necessários para seus sonhos. A pessoa, agindo com tal planejamento, economizando, forçosamente ela terá de controlar suas compras, adquirindo apenas o que realmente precisa para ter uma vida digna. A felicidade virá mais tarde, quando ela perceber que está perto de seus objetivos.
Enfim, nós acreditamos que todos os esforços direcionados com lógica, capricho, bons propósitos, serão válidos para livrar-se de um vício tão perverso. Ou, na verdade, seria uma doença?
LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: luizguilhermewintherdecastro@hotmail.com