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Vacinação contra brucelose bovina em MG cai para 77,5% e fica abaixo da meta do Mapa

8 de abril de 2024

Cobertura vacinal contra a brucelose em bovinos caiu de 86% para 77,5% em Minas entre 2022 e 2023, segundo declarações enviadas ao IMA / Foto: Reprodução

BELO HORIZONTE – O índice de vacinação contra a brucelose caiu 8,5 pontos percentuais em Minas em 2023 e ficou abaixo da meta exigida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que é de 80%. Em 2022, o índice de animais declarados como vacinados foi de 86%.

De acordo com informações do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), no ano passado, o estado atingiu 77,5% de vacinação de bovinos e bubalinos contra a brucelose conforme declarações obrigatórias encaminhadas ao instituto.

Os produtores devem vacinar as fêmeas de 3 a 8 meses de idade a cada semestre. A ação faz parte do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (Pncebt), instituído pelo Mapa, e, em território mineiro, coordenado pelo IMA, autarquia vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Segundo o instituto, apesar da vacinação de cerca de 1,9 milhão de animais contra a doença, o estado ficou abaixo do índice exigido pelo Mapa e a principal hipótese para a queda no percentual deve-se ao fato de o mercado brasileiro ter sofrido com a falta de imunizantes no ano passado.

Vacinação

A vacinação contra brucelose é obrigatória em Minas por legislação desde 1989 com portarias publicadas de forma regionalizada iniciando-se no Triângulo Mineiro, já em 1993, a obrigatoriedade da vacinação chegou ao Norte de Minas e, posteriormente, em 1997, começou a ser exigida em todo o estado.

Além da vacinação, a legislação atual obriga os produtores de bovinos e bubalinos a declararem a imunização contra brucelose ao IMA em duas etapas, até 10 de julho e até 10 de janeiro, sempre referentes ao semestre anterior à vacinação.

Produtores que não vacinarem as bezerras, estão sujeitos à multa de 25 Ufemgs por animal, equivalente a cerca de R$ 132,00, já os produtores que não declararem a vacinação, podem ser autuados no valor de 5 Ufemgs por animal, o que representa cerca de R$ 26,00.

Ainda segundo a legislação, as fêmeas vacinadas com a vacina amostra B19 devem ser marcadas com o último algarismo do ano de vacinação na face esquerda, ou seja, animais vacinados em 2024, devem ser marcados com o número 4. Já os animais imunizados com a vacina amostra RB51, devem ser marcados com a letra V na face esquerda.

A declaração da vacina contra brucelose pode ser feita em qualquer uma das unidades do IMA, presentes em todo o estado, por meio da apresentação dos atestados de vacinação emitidos pelo médico veterinário cadastrado. Mais informações sobre a doença, obrigações dos produtores e endereços das unidades do órgão podem ser obtidas no site do IMA (www.ima.mg.gov.br)

A brucelose é causada pela bactéria Brucella abortus, que tem como principal sintoma o aborto no terço final da gestação das fêmeas. É classificada como uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao ser humano. As pessoas acometidas pela brucelose normalmente têm contato direto com o animal, como vaqueiros, médicos veterinários e vacinadores ao manejar a vacina de forma incorreta e sem equipamentos de proteção, por se tratar de uma vacina viva atenuada, razão pela qual o imunizante só pode ser aplicado por profissionais cadastrados no IMA, tanto médicos veterinários, quanto vacinadores vinculados a esses profissionais.

O contato direto com os resíduos do pós-parto de um animal doente (placenta, restos placentários e feto), durante o parto ou ao limpar o local onde houve o parto ou aborto, também é uma das formas de transmissão, assim como a ingestão de leite cru, ou seja, não pasteurizado ou fervido, vindo de um animal infectado.

A doença em bovinos não tem cura, por isso a aplicação das medidas de controle da doença propostas pelo Pncebt é tão importante.  Por meio de medidas preventivas, como a vacinação das fêmeas suscetíveis, e de controle, como o diagnóstico de animais que apresentem testes positivos para a doença, é possível conter a proliferação nos rebanhos.

Os animais diagnosticados por meio de testes sorológicos precisam ser encaminhados para abate sanitário em estabelecimentos sob inspeção oficial ou eutanasiados com acompanhamento do Serviço Veterinário Oficial, em Minas Gerais, o IMA.