30 de março de 2024
Foto: Divulgação
Leonardo Natalino
PASSOS – As receitas com vendas de discos de vinil registraram um aumento de 136% no Brasil em 2023, ultrapassando o faturamento com CDs e DVDs, aponta relatório da Pró-Música, divulgado na semana passada. Em Passos, a venda da mídia está praticamente extinta.
No ano passado, foram vendidos cerca de R$ 11 milhões em discos de vinil, segundo a Pró-Música, entidade que reúne as maiores gravadoras do país. Os CDs tiveram faturamento próximo aos R$ 5 milhões, enquanto os DVDs musicais, cerca de R$ 400 mil.
Segundo Fábio Andrade, funcionário da Biju Discos, o estabelecimento não comercializa discos de vinil há cerca de 15 anos. Hoje em dia, a loja vende instrumentos, cabos, microfones e CDs.
“Aqui não vende disco há um tempo. Há uns 10 ou 15 anos. As fábricas pararam de produzir os discos de vinil, como era antigamente. O CD também parou de ser produzido há uns dois ou três anos”, disse Fábio Andrade.
“Agora, para comprar, só pela internet. No Mercado Livre e na Amazon. Sem fábrica para produzir há tanto tempo, restaram esses meios”, afirma.
A venda de música em discos, de vinil ou CD, representa uma pequena fração das receitas da indústria fonográfica, que é dominada pelo streaming em aplicativos, como o Spotify e o Apple Music. No entanto, impulsionadas pelo vinil, essas vendas alcançaram seu nível mais alto desde 2018 no Brasil.
Ao todo, a indústria fonográfica faturou R$ 2,9 bilhões no Brasil em 2023. No mundo, o valor movimentado pelo setor foi de U$ 28,6 bilhões, equivalente a R$ 146 bilhões na cotação atual.
Sobre a ausência de produção de discos de vinil, citada por Fábio, existem hoje, no Brasil, apenas duas fabricantes de discos, uma em São Paulo (Vinil Brasil) e outra no Rio de Janeiro (Polysom).
Considerado um artigo vintage hoje em dia, alguns jovens colecionam o “bolachão”. É o caso do estudante Juan Nascimento, de 19 anos, que iniciou recentemente a sua coleção, com obras de artistas da atualidade, que, além de terem o trabalho exposto nas plataformas de streaming, comercializam o trabalho na mídia física, como material exclusivo.
“Comecei a coleção faz um ano, mas não tenho muitos ainda porque são caros. Tenho da SZA, da Taylor Swift, do Kendrick Lamar, do Declan Mckenna e da Lorde. Também tenho o toca disco também”, explicou Juan.
Segundo o jovem, o preço dos vinis comprados por ele varia entre R$ 150 a R$ 250. Já o toca disco custou R$ 1.150. Sobre a influência para adquirir os itens, o estudante revelou que os pais não consumiam esse tipo de mídia, mas por conta da internet e sua paixão pelos artistas que acompanha, decidiu iniciar a coleção.