30 de março de 2024
Ação envolve ensino, pesquisa e extensão em prol atenção primária à saúde e evita casos de cegueira./ Foto: Divulgação.
JACUÍ – Alunos do curso de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que estão no estágio em Saúde Coletiva (conhecido como Internato Rural), realizaram, mutirões de triagem de retinopatia diabética e pesquisa de lesão renal no município de Jacuí. A iniciativa é uma atividade para o atendimento à atenção primária e também na formação dos acadêmicos.
Segundo a universidade, a ação envolveu estudantes que realizam atividades em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade e também em Guaxupé, Cabo Verde, Guaranésia e Juruaia.
Para o professor do Departamento de Medicina Preventiva Social (MPS) e coordenador da disciplina de internato, Francisco Rubió, “o rastreio de retinopatia diabética foi um sucesso. Foram feitos mais de 30 exames por dia durante as atividades”. Segundo ele, para os acadêmicos, trata-se de trabalhar o problema da diabetes buscando fazer o diagnóstico precoce da doença que pode levar à cegueira, destaca Rubió.
Segundo Rubió, o projeto, que conta com uma rede ampla de assistência, também oferece a possibilidade de encaminhar para uma fotocoagulação a laser, uma intervenção importante em casos de pacientes que possuem a doença avançada em seu quadro clínico.
Para ele, a integração do projeto permite conectar a atenção primária à saúde com o diagnóstico precoce até um atendimento de alta complexidade, no caso, a cirurgia a laser. “O estudante, com isso, a partir de um problema da atenção primária, tem a possibilidade de conhecer tanto a prevenção quanto um atendimento e uma intervenção mais sofisticados, que é a fotocoagulação a laser”, afirma o professor.
Pela primeira vez em Jacuí, o rastreamento da retinopatia foi articulado com outro projeto do Departamento de Oftalmologia (OFT) com o Internato Rural da UFMG, onde analisou-se a prevalência da diabetes associada à doença renal. Trata-se de uma pesquisa que busca estabelecer uma relação entre a retinopatia e a doença renal.
De acordo com a universidade, os estudantes realizaram uma dosagem de creatinina sérica e de glicohemoglobina através de um sensor, que conta com um kit de diagnóstico rápido, utilizado no projeto. Além de avaliar a albuminúria, um exame que mede a quantidade de albumina na urina. A vantagem é a rapidez e a praticidade do exame, que coleta a substância na hora e mede a perda de albumina na urina.
“A inovação traz um aprofundamento que dá uma visão de conjunto, desde aspectos da atenção primária, como o controle da diabetes, ligando à atenção secundária, que é o diagnóstico sorológico de urina. Tudo isso pode ser feito dentro da UBS. Isso qualifica a atenção primária a uma resolubilidade maior”, aponta Rubió.
Segundo ele, para o paciente é um conforto. “Ele não precisa ir ao especialista ou ao laboratório. A interação do internato com outros departamentos da Faculdade, como a cirurgia e oftalmologia, é muito importante para os municípios onde nossos acadêmicos realizam o estágio. Isso enriquece muito a formação deles”, garante o professor Rubió.