4 de dezembro de 2023
Foto: Divulgação / PM.
PASSOS – Um médico veterinário de Franca (SP) está entre as sete pessoas flagradas pela Polícia Militar do Meio Ambiente (PM Mamb), na manhã de domingo, em um sítio na zona rural de Passos onde foram apreendidos 20 galos, rinha, esporas, biqueiras, seringas e medicamentos usados em briga de galo. Ele foi multado em R$ 2.518,45 e deve responder processo pelo caso.
O veterinário e outras seis pessoas são acusadas de praticar abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais, crime que prevê pena de três meses a um ano de cadeia e, segundo informações da polícia, foram multados com base na lei de crimes ambientais. Um foi multado em 300 unidades fiscais do estado de Minas Gerais (Ufemg), que corresponde a R$ 1.511,07, e seis a 500 Ufemg, no valor de R$ 2.518,45.
Outras pessoas que estavam no local conseguiram fugir por meio de áreas de vegetação, mas a polícia identificou quatro automóveis que estavam no local e teriam sido deixados por suspeitos que evadiram.
A Folha Manhã tentou entrar em contato com o veterinário por telefone nesta segunda-feira, mas não obteve retorno nas ligações. De acordo com informações da PM Mamb, ele mora em Franca e declarou ser pós-graduado, como nível de escolaridade, e, como ocupação atual, a medicina veterinária.
Além do médico veterinário de Franca, também foram multados um marceneiro de Passos, de 31 anos, dois agricultores de Muzambinho, um de 61 anos e outro de 39 e que são pai e filho; um comerciante de São José da Barra, de 37 anos; um jovem de 23 anos que trabalha como serviços gerais e é morador de Passos; um queijeiro de Piumhi, de 34 anos; e um agricultor de 30 anos, de Passos.
De acordo com informações da PM Mamb, após uma denúncia anônima que apontava a ocorrência de uma rinha de galo em um sítio próximo ao km 343 da BR-146, na zona rural de Passos, os policiais foram até o local, por volta das 7h20, e avistaram um barracão com carros em volta. No momento da chegada, segundo a PM, houve um grande alvoroço e os policiais ouviram barulho semelhante a estampido de arma de fogo. Os policiais conseguiram conter parte dos suspeitos e outros fugiram por uma área de mata.
No barracão, os policiais encontraram uma rinha armada, em formato de ringue, com marcas de sangue e penas e com bancos em volta, 20 galos da raça Índio, todos com mutilações como remoção de barbela e parte da crista e penas das pernas arrancadas. No local foram encontrados medicamentos, agulhas, biqueiras de metal e esporas de plástico, usadas, segundo a polícia, para tornar os animais mais letais durante as brigas.
Os policiais também localizaram uma balança digital, usada para pesagem das aves, e uma lousa onde eram anotados os pesos e as lutas que deveriam ocorrer
Segundo a PM Mamb, dois suspeitos de Passos assumiram a preparação e coordenação das rinhas de galo. Segundo o relato, o “promotor” do evento, que é filho do dono do sítio onde ocorreu o flagrante, ganharia dinheiro com a venda de alimentos e bebidas dos “frequentadores”. Em relação a apostas, os dois afirmaram não saber sobre o assunto e que elas ficariam a cargo dos participantes nas brigas de galo.
Os animais apreendidos aparentavam grande estresse e muita agressividade, segundo a polícia. As aves foram para o centro de ressocialização de galos da Universidade de Formiga, e os sete suspeitos assumiram o compromisso de comparecer perante o Juizado Especial da Comarca de Passos. Segundo a PM Mamb, os galos foram avaliados em 100 Ufemg cada (R$ 503,69) e o restante do material aprendido em mil Ufemg (R$ 5.036,90).