Leitor

Leitor

17 de outubro de 2023

Círculo de fogo

A ofensiva por foguetes lançada a partir da Faixa de Gaza contra Israel pelo grupo terrorista Hamas, seguida por imediata reação das forças oponentes, abre um largo espectro de especulações que vai desde avaliações erradas dos serviços de inteligência do país atacado até repercussões na economia mundial, via aumento do preço do petróleo e recargas inflacionárias, com ameaça sombria de envolvimento de outros países. Assim, começa a se formar uma espécie de círculo de fogo das guerras no mundo. Ele pode ser definido como um trajeto que une pontos com conflitos armados em andamento ou com alta probabilidade de eclosão, em analogia com o círculo de fogo formado pelo encontro das placas tectônicas do Pacífico. Um paralelismo entre os dois é que em nenhum deles se observa propriamente uma linha circular, mas o formato mais próximo de uma ferradura. A grande diferença, porém, é que o do planeta sofre interferência humana quase nula no seu desenho. O outro, no entanto, é totalmente moldado pelas insensatezes do Homo sapiens.

Paulo Roberto Gotaç – Rio de Janeiro/RJ

Violência urbana

Enquanto o Oriente Médio e a Ucrânia vivem as terríveis consequências da guerra em seus territórios, nós, no Brasil, vivenciamos também nossas tragédias de violência urbana em nossas grandes cidades, fruto de uma desigualdade social e econômica que vivenciamos há décadas. No Rio de Janeiro, a patologia da falta de uma razoável segurança pública tem atingido níveis cada vez mais assustadores, inclusive em bairros de classe média, o que causa um temor que já está afetando a psique de toda a população e até a economia interna da Cidade Maravilhosa. As autoridades de segurança estão, nestes últimos dias, fazendo uma grande operação numa comunidade da zona norte da cidade, onde drogas, armas e carros roubados estão sendo apreendidos. Mas sabemos que esse tipo de operação pontual, em tais ambientes periféricos, não terá efeito duradouro, posto que o combate aos vários tipos de criminosos que integram tais quadrilhas precisa buscar os verdadeiros líderes das facções, que, como todos sabemos, não estão nessas comunidades.

José de Anchieta Nobre de Almeida – Rio de Janeiro/RJ

Cartas para esta coluna, de no máximo 30 linhas, para Rua 2 de Novembro, 206. E-mail: leitor@folhadamanha.com.br. WhatsApp (35) 9 9191 0425